Um paraplégico de Bragança diz que está em risco de passar a viver na rua, porque nenhuma instituição tem disponibilidade para o acolher. Raul Freire, de 41 anos, vive há mais de um ano numa residência autónoma da Associação Sócio-Cultural dos Deficientes de Trás-os-Montes (ASCUTD).

No entanto, a associação recebeu uma notificação da Segurança Social, no passado dia 28, que dá conta que, após a realização de uma vistoria ao apartamento, identificaram algumas irregularidades, nomeadamente a admissão de um portador de deficiência motora, o que contraria o disposto na legislação.

A Segurança Social recomenda à ASCUTD que regularize os procedimentos, designadamente a integração do utente numa Família de Acolhimento, no prazo de 21 dias.

Irregularidade

A outra irregularidade prende-se com o \"quadro de pessoal não adequado ao funcionamento das respostas sociais\", lê-se na carta enviada à direcção. Caso não sejam cumpridas as orientações, a Segurança Social poderá proceder à suspensão dos acordos de cooperação em vigor, bem como ao processamento da comparticipação financeira.

Raul Freire contou, ao JN, que está numa situação \"preocupante\", porque o prazo termina no final do mês e não tem um local para viver.

Olga Freire, irmã do utente, diz que foram visitar as casas de duas famílias de acolhimento, mas nenhuma se mostrou interessada em alojar o Raul.

Por seu lado, a ASCUTD, numa carta enviada aos serviços da Segurança Social, informa que mal falaram ao paraplégico da existência de uma vaga numa família de acolhimento ele \"rejeitou a transferência, entrando em choque emocional\" e que desde então \"tem andado muito deprimido e desanimado com a vida\". Raul Freire garantiu, ao JN, que está disposto a aceitar a transferência desde que lhe garantam as condições que tem na actual residência um quarto adaptado às suas necessidades com cama hospitalar, barras de apoio à sanita e cadeira de banho.



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