Várias associações ligadas à agricultura transmontana organizam, quarta-feira em Chaves, uma concentração de agricultores e máquinas agrícolas sobretudo contra o aumento dos combustíveis e para reivindicar medidas compensatórias para atenuar os custos dos factores de produção.

Em 12 de Junho, alguns agricultores do Alto Tâmega protestaram junto à fronteira de Vila Verde da Raia, em Chaves, contando a manifestação agora convocada, segundo o dirigente da Confederação Nacional de Agricultura (CNA), Armando Carvalho, com produtores de toda a região transmontana.

O protesto está a ser preparado em conjunto pela Federação das Associações Agro Florestais Transmontanas, a Cooperativa Norte Leite, a Associação Distrital dos Agricultores de Bragança, as ARRIBAS do Douro, a Associação de Agricultores de Valpaços, a Associação dos Pastores Transmontanos e a delegação Regional da CNA.

«A Chaves vão chegar camionetas de agricultores de Bragança, Mirandela, Vila Real, Vila Pouca de Aguiar e estamos a contar com uma grande adesão dos agricultores de todo o Alto Tâmega», salientou Armando Carvalho.

O protesto, sobretudo contra o aumento dos combustíveis, começará com uma concentração junto aos serviços do Ministério da Agricultura, no Campo da Fonte, de onde os agricultores seguirão até à fronteira de Vila Verde da Raia, onde irá ter lugar um almoço-convívio.

Juntam-se ao protesto os produtores de leite, de carne, de batata, entre outros.

A grande reivindicação passa pela criação, por parte do Governo, de medidas de compensação para atenuar os sucessivos aumentos dos combustíveis, à semelhança do que aconteceu com sector das pescas.

Os agricultores reivindicam também medidas económicas e financeiras que façam baixar outros factores de produção, como os adubos, as rações e as sementes, a reposição da ajuda à electricidade verde para uso agrícola e o escoamento a preços justos para os principais produtos agrícolas.

Pedem ainda um sistema de segurança social escalonado em função do rendimento das explorações, o pagamento de todas as ajudas comunitárias aos agricultores e às associações de agricultores, a alteração das medidas agroambientais, previstas no PRODER, repondo de novo os sistemas policulturais, lameiros e o olival tradicional.

O produtor Fernando Moura, de Chaves, queixou-se à Lusa do aumento dos custos de produção, de tal forma, diz, que «a venda do leite já não cobre as despesas».

De acordo com as contas do produtor, por mês gasta entre seis e sete mil euros em rações para as suas 50 vacas, adubos e combustível para o tractor.

«Enquanto as despesas sobem, o preço do leite já desceu seis cêntimos desde Março e prevê-se que, em breve desça mais três cêntimos», salientou.

Também Cândido Fernandes, que possui 20 vacas, sustenta que, em apenas um dia, gastou «120 litros de gasóleo» para trabalhar com o seu tractor.



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