A distrital de Bragança do PSD anunciou hoje que vai levar ao congresso do partido uma moção a reclamar mais dinheiro para a saúde no Nordeste Transmontano para evitar uma «intolerável degradação das respostas e redução de serviços».

Este é o cenário que os dirigentes sociais-democratas temem se não for corrigido o orçamento previsto para a Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste, que gere os 15 centros de saúde e três hospitais da região.

«Se não for corrigido, é a nossa desgraça», disse Adão Silva, antigo secretário de Estado da Saúde de Durão Barroso, atual deputado do PSD por Bragança.

Adão Silva subscreve a moção apresentada hoje em conferência de imprensa e que será defendida no congresso, marcado para 23, 24 e 25 de março, pelo presidente da distrital, José Silvano.

Os sociais-democratas de Bragança querem que o Governo do seu partido «corrija uma injustiça de financiamento» pela qual responsabilizam o anterior governo socialista.

A ULS do Nordeste foi criada há mais de um ano, mas só foi formalizada a 22 de fevereiro com a tomada de posse da administração.

Para Adão Silva, a criação da ULS do Nordeste «foi feita com uma enorme desvantagem orçamental e financeira», desde logo por não ter havido um reforço do capital estatutário, ao contrário do que aconteceu noutras unidades criadas na mesma ocasião, e apontou o caso do Alto Minho.

A ULS do Nordeste manteve o mesmo valor para investimento, de menos de 35 milhões de euros, que tinha anteriormente apenas a entidade que geria os três hospitais, o Centro Hospitalar do Nordeste (CHNE).

Adão Silva considera também insuficientes para o Nordeste Transmontano ano os 90 milhões atribuídos à ULS de orçamento de funcionamento, «quando comparados com realidades análogas como, por exemplo, a ULS do Norte Alentejano, que recebeu um valor 20 por cento superior».

O social-democrata contesta os chamados critérios de capitação para calcular estes valores e defende que, se tivessem sido aplicados equitativamente, Bragança teria direito a «mais 15 milhões de euros».

Enquanto vice-presidente do grupo parlamentar do PSD, Adão Silva disse ter já requerido ao Ministério da Saúde explicações, mas ainda não obteve resposta.

Os sociais-democratas consideram «o problema da saúde essencial» e decidiram levá-lo ao congresso do partido, através da moção em que reclamam ser «essencial garantir um financiamento justo e equitativo, sob pena de a região assistir a uma redução dos serviços públicos de saúde e a uma intolerável degradação das respostas».

«Sem este reforço orçamental não há serviços», reiterou Adão Silva.

A distrital de Bragança leva 32 delegados ao congresso do PSD, mas a concelhia de Vimioso, que tem direito a um lugar, já fez saber que não vai fazer representar-se em protesto contra as políticas nacionais que entende contrárias aos interesses do concelho.

Em resposta à posição desta concelhia, o presidente da distrital, José Silvano disse: «nós temos é que denunciar as situações, ir à luta e resolvê-las».



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