Os eleitores do distrito de Bragança têm mostrado preferência pelo Partido Social Democrata (PSD) nas eleições legislativas, com exceção nos anos de 2005 e de 2022, quando o PS saiu vencedor das urnas.
Em 1976, ano das primeiras legislativas, estavam inscritos nos cadernos de voto 120.993 eleitores no distrito, dos quais votaram 78,84%, para escolher, pela primeira e única vez, cinco deputados. Venceu o Partido Popular Democrático (PPD), com 33,16%, elegendo dois deputados. O Centro Democrático Social (CDS) também elegeu dois deputados, com 28,26%. O Partido Socialista (PS) elegeu um deputado, com 22,55%. Nesse ano, a nível nacional venceu o PS.
Nos cadernos eleitorais de 2025 estão inscritos 132.779 eleitores, menos 1.458 do que em 2024.
Apesar de o número de eleitores inscritos ser superior comparado com as legislativas de 1976, atualmente Bragança elege três deputados. Até 2005, elegia quatro e, em 2009, já só elegeu três.
Há 20 anos, em 2005, o PS ganhou pela primeira vez as legislativas no distrito de Bragança, na maioria absoluta de José Sócrates, numa região que tem tradição de direita. A diferença de votos – 35.010 do PS contra 32.448 do PPD/PSD – ditou que os quatro deputados eleitos nesse ano ficassem divididos a meio, dois para cada lado.
O cenário de deputados repartidos com o PSD não foi inédito, com registos semelhantes em 1995 e em 1999.
A inversão de tendência repetiu-se em 2022, quando o PS venceu e o segundo partido mais votado foi o PSD. Foi uma vitória curta, por uma diferença de 15 votos - 26.495 para os socialistas contra 26.480 para os sociais-democratas, que deu dois deputados ao PS e ao PSD um.
Em 2022, a terceira força política mais votada no distrito foi o Chega (8,55%), posição ocupada em 2019 pelo Bloco de Esquerda, que caiu de 6,03% para 2,09% e passou para quarto lugar.
Desde que foi fundado, o Chega foi o partido que mais subiu no distrito, tendo em 2019 ficado em sétimo nas votações, com um aumento de 533 para 5.619 votos.
No ano passado, o partido manteve a posição, obtendo 18,19% dos votos (13.216). Ainda assim, Bragança foi o único círculo eleitoral pelo qual o Chega não conseguiu qualquer deputado nas legislativas de 2024.
A abstenção no ano passado no distrito de Bragança foi de 45,85%, segundo os dados disponibilizados na página oficial de Internet do Governo.
O Censos de 2021 revelou que vivem, nos 12 concelhos do distrito, menos de 123 mil pessoas, com a perda de mais de 13.600 habitantes numa década, comparando com 2011.
Treze partidos e/ou coligações apresentaram listas às eleições legislativas antecipadas de 18 de maio pelo círculo eleitoral de Bragança, o mesmo número das anteriores, com a novidade do Partido Popular Monárquico a solo e do Volt. O Nova Direita e a coligação Alternativa 21, que concorreram em 2024, não apresentaram candidatos.
Para a corrida eleitoral antecipada deste ano, a renomeada coligação AD – Coligação PSD/CDS-PP, volta a ter Hernâni Dias como cabeça de lista, que foi presidente da Câmara de Bragança e secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território.
Júlia Rodrigues, médica veterinária e ex-deputada, suspendeu o seu segundo mandato como presidente da Câmara de Mirandela para encabeçar a lista do PS.
O Chega apresenta-se com José Mário Mesquita, de 71 anos, ex-presidente de freguesia pelo PSD.
A CDU (PCP/PEV) tem outra vez como primeira concorrente Fátima Bento e o Livre volta a apresentar Anabela Correia. Também o PAN repete o cabeça de lista, Otávio Pires.
A IL conta com Nuno Fernandes a número um, enquanto o BE voltou a apostar em Vítor Pimenta. Já o PPM tem como cabeça de lista Maria dos Anjos Cidade.
O Volt, que não apresentou lista em 2024, apresentou César Valente, o ADN avançou com Bruno Coutinho, o Ergue-te Carlos Teles e a lista do RIR é novamente encabeçada por Damiana da Fonseca.