O candidato do PS à Câmara de Bragança, Jorge Gomes, disse hoje que tem encontrado junto do eleitorado “um sentimento de mudança” e que a recetividade à comitiva socialista “é diferente dos outros anos”.

O antigo secretário de Estado da Administração Interna e Governador Civil do distrito de Bragança candidata-se pela terceira vez ao município liderado há 24 anos pelo PSD e garantiu hoje, no final de um dia de campanha, que terminou na localidade Izeda, que há vontade para que “isto mude”.

“O que eu tenho ouvido primeiro é a recetividade deles, que é diferente dos outros anos em que eu fui candidato, e segundo tem havido também muita situação de mal-estar com a situação. Há um sentimento de mudança, vontade que isto mude”, disse à Lusa.

Da primeira semana de campanha para as eleições do dia 26, o candidato nota a dificuldade com que se tem deparado “que é muito grande e que é notória”.

“É que as aldeias estão quase dadas ao abandono, não estão criadas condições para as pessoas viverem com o mínimo de dignidade, temos muitos problemas nas aldeias para resolver para que as pessoas se possam fixar”, afirmou.

A mensagem que deixa aos eleitores é que, se for eleito presidente da Câmara, enquanto os cidadãos, todo o mundo rural, não estiverem a viver em igualdade de circunstâncias, não investirá “um cêntimo na cidade de Bragança, na parte do luxo” porque a cidade também tem “problemas tão graves quanto no mundo rural”.

“Nós não podemos gastar milhões na cidade e esquecermo-nos das pessoas que não têm saneamento em casa, que não têm água em casa, não sabem o que é um médico ir à aldeia, não têm um transporte público”, considerou.

Jorge Gomes apontou o caso de uma aldeia onde passa o transporte público, mas não para.

“Isto é uma coisa gravíssima, nós é que estamos a destruir o nosso concelho e não estamos a ter respeito pelas pessoas”, afirmou, dando outros exemplos como pessoas que não têm dinheiro para ir a Bragança numa ambulância ou de quem está há dois anos à espera que substituam a lâmpada fundida da iluminação pública.

“Que interior é que estamos a criar quando nós somos pessoas de afetos, de vizinhança, de proximidade?”, perguntou.

Das situações gratificantes fica o testemunho da primeira pessoa que encontrou na aldeia de Coelhoso, “uma senhora a chorar” a dizer que felizmente tem uma casa habitável porque um programa para reabilitação da habitação de idosos o permitiu quando ele foi Governador Civil.

“Estou disponível para ser um presidente de Câmara de afetos, de proximidade com os cidadãos e de dar ao mundo rural as mesmas possibilidades e o mesmo nível de vida que tem a cidade”, salientou.

Além de Jorge Gomes, do PS, são candidatos à Câmara de Bragança Hernâni Dias, do PSD, António Morais, da CDU, Paula Vieira, do CDS-PP, André Xavier, do Bloco de Esquerda e Carlos Silvestre, pelo Chega.



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