Dezenas de profissionais de saúde do distrito de Bragança dirigiram-se à população da região a garantir “união e empenho” na luta contra a pandemia de covid-19, num comunicado divulgado hoje pela Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste.

A entidade que gere os cuidados de saúde nesta região enviou às redações o comunicado de profissionais de saúde da ULS do Nordeste com 89 assinaturas, em que constam os nomes e atividade, a maioria de médicos, mas também de enfermeiros, farmacêuticos, técnicos, terapeutas, assistentes operacionais e vigilantes.

“Garantimos, apesar de todos os constrangimentos inerentes à situação e dificuldades com que os profissionais de todo o país e da Europa se deparam na gestão diária desta crise, estar unidos e empenhados e a trabalhar de forma intensa, para podermos prestar os melhores cuidados de saúde aos utentes e, em simultâneo, acolher cidadãos atingidos pela covid-19”, lê-se no comunicado.

Os profissionais de saúde transmitem neste documento que “desde o início de fevereiro estão a trabalhar arduamente em uníssono com o objetivo de, e na medida do possível, estarem preparados para enfrentar a pandemia para a qual não estavam preparados os países, os seus sistemas de saúde e os cidadãos”.

Os signatários esclarecem que “as áreas da ULS do Nordeste que foram dedicadas ao tratamento de doentes com infeção por covid-19 têm sido alvo de melhoria”.

“Fizemos atempadamente uma boa planificação com criação de fluxogramas e de circuitos, demos particular enfoque ao treino direto de profissionais promovendo a competência técnica necessária para, dentro das limitações existentes, providenciarmos os cuidados indicados, tentando fazer o melhor”, concretizam.

Estes profissionais lembram que têm vindo a reclamar a melhoria de condições ao nível de infraestruturas e de meios, “que foram concursadas há 15 anos e até agora adiadas”.

“Lamentamos que outras prioridades no país vão deixando para trás sempre o interior mais esquecido, na área da Saúde como noutros setores. Sentimos a angústia do adiamento dos investimentos e nos constrangimentos que tal situação representa para os profissionais de saúde e utentes”, referem.

O comunicado lembra também a falta de profissionais no interior e de estímulos, mas asseguram que os que trabalham nesta região fazem-no “habitualmente com dedicação total ao serviço” e que estão “totalmente focados no auxílio a quem o necessitar”

“E, nesta fase tão difícil, a nossa entrega é ainda maior, pensamos desta forma por nós, pelos nossos concidadãos, pelo Nordeste Transmontano e pelo país”, reiteram.

Estes profissionais de Saúde terminam com um apelo de “melhorias e adequações permanentes face à evolução da pandemia”, antevendo que continuarão a “ter pela frente tempos exigentes”, e também com um apelo à união de todos.

“Nesta altura, impõem-se que todos estejamos unidos e concentrados no mesmo objetivo, não dispersando energias. Assim, apelamos à preservação da união de todos, em particular dos profissionais de saúde, órgão de gestão, municípios, forças de segurança, autoridades de saúde pública e cidadãos em geral”, concluem.

O comunicado assinado por 89 profissionais de saúde tem data de 31 de março e seguiu-se a uma carta divulgada na comunicação social, de um grupo de cinco médicos que dava conta de falta de condições nas zonas hospitalares para tratar a covid-19

A diretora clínica dos cuidados hospitalares da ULS do Nordeste, Eugénia Parreira, desmentiu as denúncias e anunciou um reforço de 163 camas nos três hospitais da região, nomeadamente Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros.

A responsável explicou também que entre estas camas está um reforço de 20, a juntar às 13 existentes, nos cuidados intensivos, com capacidade para dar resposta aos casos mais graves.

A diretora clínica esclareceu que o “covidário”, criado junto ao hospital de Bragança e alvo das denúncias, destina-se a acolher os doentes menos graves e assegurou que têm sido melhoradas as condições para garantir a segurança de todos.



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