2008 será um mau ano de azeite para a olivicultura transmontana. As quebras variam entre 35 e 75% devido à mortalidade efectiva de olival provocado pela geada, cujos efeitos se vão sentir nos próximos cinco anos.

A Associação de Olivicultores de Trás-os-Montes e Alto Douro (AOTAD) prevê quebras no capital produtivo regional importantes na campanha olivícola 2008-2009. A associação comprovou prejuízos nas explorações de 773 olivicultores, e as estimativas apontam para consequências negativas em 353 hectares de olival novo e 942 hectares de olival antigo, o equivalente a 69 015 oliveiras novas e 126 722 oliveiras antigas, mas estes valores poderão ter uma dimensão muito mais significativa.

Constatou-se que existem situações concretas de olival que morreu e não uma simples perda ou redução da produção anual. Por outro lado, há uma quantidade significativa de oliveiras que sendo afectadas não morreram, no entanto a sua produção este ano e nos próximos está praticamente reduzida a zero.

Para o responsável pela Associação de Olivicultores, António Branco, este cenário representa uma efectiva perda de capital produtivo regional que poderá representar uma significativa redução da produção bruta regional e, ainda mais grave, o abandono da produção por parte de alguns olivicultores. \"Há um agricultor que plantou cinco mil hectares nos últimos quatro anos, fez um grande investimento e perdeu tudo\", exemplificou.

A região devia ter 120 mil hectares a produzir, mas só tem entre 85 a 90 mil devido às intempéries e às doenças que têm matado os olivais. A produção média devia rondar os 16 e os 18 milhões de toneladas de azeitona, mas já não há anos médios, confessa António Branco. A produção de azeite está a diminuir quando devia estar a aumentar.

Os efeitos das geadas em muitos casos provocaram danos elevados nas oliveiras reduzindo a zero a sua capacidade de produção num horizonte de três a cinco anos. As trovoadas dos últimos dias de Agosto tiveram um impacto localizado com maior incidência em Grijó (Macedo de Cavaleiros), e Cardanha, Souto da Velha e Larinho (Moncorvo). Na Vilariça a zona afecta pela geada representa 30% da produção do concelho de Moncorvo, adiantou Manuel Menezes, da Associação de Olivicultores local. \"A geada congelou a seiva, esta gretou e rebentou a casca tornando-se um foco de infecções\", explicou.

António Branco considera fundamental, como forma de minimizar os problemas, que os olivicultores antecipem a apanha da azeitona para evitar os efeitos da geada, de modo a evitar a situação das geadas de 2007 que afectaram a produção de 2007/2008.



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