O Instituto Politécnico de Bragança (IPB) recebeu hoje a certificação que lhe permite fazer a análise e oficializar os resultados dos testes que está a realizar em lares de idosos do nordeste transmontano.

O presidente da instituição, Orlando Rodrigues, disse à Lusa que chegou hoje a certificação do Instituto Ricardo Jorge, que confere que os testes que o IPB realiza estão de acordo com as normas oficiais.

O instituto celebrou, a 08 de abril, com o Governo e a Unidade Local de saúde (ULS) do Nordeste protocolos para realizar cinco mil testes a utentes e funcionários dos lares da região, que vão agora começar a ser feitos em massa de acordo com um plano traçado com as autoridades de saúde.

O politécnico e a ULS juntaram uma equipa de 30 profissionais que passam a fazer, em cerca de cinco horas, a análise de todos os testes realizados no distrito de Bragança e que até agora tinham de ser encaminhados para o Porto para se saber o resultado.

O presidente do IPB, Orlando Rodrigues, disse à Lusa que a instituição tem estado a realizar testes, mas ainda não podia dar resultados por estar à espera da certificação por parte do Instituto Ricardo Jorge.

Os lares são alvo de um programa específico na prevenção e combate à pandemia covid-19, com os dados oficiais nacionais a indicarem que cerca de um terço das mortes associadas à doença ocorreram em neste equipamentos por todo o país.

No caso do distrito de Bragança, dos seis óbitos confirmados oficialmente, apenas um está relacionado com um utente do lar da Santa Casa da Misericórdia de Vinhais e, entre os mais de 200 casos de infeção confirmados, menos de 10% correspondem a estas estruturas.

Nesta região já foram realizados cerca de dois mil testes a utentes e funcionários de lares, segundo avançou recentemente a ULS do Nordeste.

O protocolo com o politécnico de Bragança permitirá agora acelerar a testagem nestes equipamentos e dar resposta a outras necessidades locais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), como indicou o presidente.

O IPB adiantou que tem capacidade para fazer cerca de 200 testes por dia, que duplicará numa fase seguinte.

A base de trabalho foi instalada no edifício do Centro de Investigação de Montanha (CIMO), no compus académico, onde trabalhará uma equipa de “mais de 30 pessoas” entre cientistas e técnicos do IPB e da ULS do Nordeste, que “aceitaram trabalhar neste projeto de forma voluntária”.

As duas entidades desenvolverão todas as fases do diagnóstico, incluindo a recolha de amostras. A ULS do Nordeste será responsável pela recolha de amostras, bem como pela fase de descontaminação das mesmas e inativação do vírus nessas amostras, como explicou o IPB.

O IPB e a ULS desenvolverão todas as fases do diagnóstico, incluindo a recolha de amostras junto dos utentes e trabalhadores destas instituições.

O politécnico “constitui ainda uma equipa de várias de dezenas de voluntários, disponíveis para responder em situações de crise em residências de acolhimento de idosos e outras instituições sociais”.

Com as aulas presenciais suspensas e os alunos em casa, o instituto disponibilizou também as suas residências de estudantes para responder a eventuais situações de emergência que venham a ocorrer.

Foto: AP



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