Os dados foram revelados hoje pela administração e direcção clínica do centro hospitalar que congrega as unidades de Bragança, Mirandela e Macedo de Cavaleiros.

Segundo Henrique Capelas, quando assumiu a presidência do conselho de administração, há três anos, as «piores» listas de espera verificavam-se em ortopedia e oftalmologia, com sete e oito meses, agora reduzidas para cerca de três meses.

Logo a seguir encontra-se a cirurgia, com os tempos de espera a diminuírem 30 por cento, o que significa que os doentes esperam menos de dois meses por uma operação de especialidade, mas «não há praticamente lista de espera para cirurgia geral», garantem os responsáveis locais.

Esta área apresenta «uma das maiores taxas de aumento do país» com mais do triplo de cirurgias realizadas em ambulatório, passando de 889, em 2005, para mais de 2900, em 2008.

A administração do CHNE conseguiu contratar, em três anos mais onze médicos especialistas, mas «continua a ser difícil atrai-los» para esta região, onde as valências mais carenciadas são cardiologia, neurologia, pediatria e Medicina Interna.

O director clínico, Sampaio da Veiga, apontou que a região começa a necessitar de outras especialidades para dar resposta a patologias associadas aos idosos, dado o alto índice de envelhecimento e o crescimento negativo (mais óbitos do que nascimentos).

«A população idosa consome mais serviços de saúde», segundo os responsáveis, um factor que, associado «ao esforço financeiro com a remuneração dos médicos» para conseguir aliciá-los a trabalhar no interior, faz com que os custos da saúde sejam superiores nesta região.

Esta é uma das razões apontadas pela administração para os resultados líquidos negativos de oito milhões, em 2008, apesar da maior eficiência na gestão dos recursos e prestação de serviços aos utentes.

Segundo Henriques Capelas, o financiamento recebido no âmbito do contrato-programa com o Ministério da Saúde «não cobre os custos reais» do funcionamento de três hospitais para cerca de 150 mil utentes dispersos por um vasto território com baixa densidade populacional e onde uma parte significativa da população é isenta do pagamento de taxas, nomeadamente os reformados.



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