Para recordar as ceifas, o transporte dos cereais e a malha na eira, a Junta de Freguesia de Morais vai levar a efeito, este domingo, na eira junto ao jardim do Rego da aldeia, a reconstituição de todo o ritual que há 40 anos ainda era uma rotina neste período do ano, ou seja, o conjunto de tarefas que, devido ao calor, eram pesadas, mas, simultaneamente, reconfortantes quando das mesmas resultava uma boa produção de cereais.

Segundo os Serviços Culturais da Câmara Municipal, que apoiam a iniciativa, na década de quarenta, o concelho de Macedo de Cavaleiros chegou a ser, logo a seguir ao de Beja, o maior produtor de trigo do país. Por isso, era para este concelho nordestino que confluíam ranchos de segadores de toda a região Norte e da Galiza para licitar o preço da mão-de-obra para as ceifas.

Os segadores vinham em ranchos à procura de trabalho e, a partir de meados de Junho, aguardavam pela manhã, sentados nos passeios e nos bancos das ruas do centro da vila, a chegada dos lavradores e dos grandes proprietários que os vinham contratar para as ceifas. A origem dos segadores era muito variada: aos transmontanos juntavam-se minhotos, galegos, beirões e durienses.
Esses ranchos eram maioritariamente constituídos por homens e rapazes, mas também apareciam algumas mulheres.

Os segadores eram trabalhadores rurais assalariados que apareciam no concelho de Macedo, com foice e gadanha, prontos para ceifar, sobretudo o trigo e o centeio. Chamava-se segador, não apenas aos que ceifavam, mas também a todos os que os acompanhavam, fossem eles as mulheres, os filhos (rapazes ou raparigas) ou os idosos, aos quais eram atribuídas tarefas como as de apanhar o cereal ceifado, atá-lo em molhos e carregá-lo, ou ir à água, ao vinho, ou ir buscar a comida.

Para o final daquela manifestação cultural e etnográfica, a organização promete uma tradicional merenda da ceifa.



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