Há um projecto para revitalizar a fileira da castanha no Norte que prevê a plantação de 12 mil hectares de castanheiros e a replantação de 6500. Um investimento de 80 milhões de euros. Em 15 anos haverá retorno de 57 milhões.

O projecto Refcast, em desenvolvimento desde 2007, está na fase da entrega de candidaturas ao Proder, para conseguir o financiamento de alguns projectos, mas o maior esforço financeiro será dos produtores. No próximo ano começarão a ser plantados os primeiros soutos de um projecto transversal a toda a região Norte, desde Viseu ao Minho, com forte incidência em Trás-os-Montes, com vista a duplicar a produção nacional de castanha, que actualmente anda nas 30 mil toneladas. O objectivo é que Portugal deixe ser o sexto produtor de castanha da Europa, para ser o primeiro.

O projecto envolve 17 parceiros, nomeadamente autarquias, associações de produtores, instituições de ensino superior e a Sortegel, a terceira maior empresa de transformação de castanha da Europa, sedeada em Bragança. Vai abranger 4000 produtores das zonas de Bragança, Valpaços, Penela da Beira e Minho.

A revolução vai começar com a plantação de 12 mil novos hectares de castanheiro, e a renovação de mais 6500. \"Os novos soutos vão ser plantados usando técnicas avançadas, com plantas resistentes à doença e espécies melhoradas\", explicou José Laranjo, coordenador do projecto. A fileira vai passar a ser vista numa perspectiva agro-florestal.

Para além do investimento nos soutos, há um conjunto de iniciativas para melhorar a valorização e a promoção, nomeadamente para combater a falta de mão - de - obra, um dos principais problemas na região, e que tem provocado o abandono dos soutos. Nesse sentido vão ser criadas nove equipas de prestação de serviços para tratar castanheiros. A estimativa aponta para que a parte da plantação e tratamento de soutos permita a criação de 1600 postos de trabalho, e a da transformação 40.

Vão ser criadas nove cozinhas regionais de transformação de castanha, vocacionadas para laboração artesanal (compotas, licores, doçaria), mais duas unidades de transformação e outras tantas de recolha e calibragem. Para Vinhais está planeado um Museu Vivo do Castanheiro.

Prevê-se que ao fim do 15º ano, quando as árvores já estão a produzir bem, o retorno seja de 57 milhões de euros. Cálculos cautelosos, prevendo apenas a produção de duas a três toneladas por souto. Para pÎr o projecto em marcha é necessário um investimento de 80 milhões de euros. O director regional de Agricultura do Norte, Carlos Guerra, acredita que será possível levar a ideia em frente, dado o dinamismo que a região está a demonstrar na agricultura.



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