A associação representativa da restauração pretende negociar com o próximo governo a proibição de utilização de galheteiros nos restaurantes, a substituir por embalagens invioláveis, a partir de Janeiro de 2006, disse hoje uma fonte da entidade.

A fonte oficial da ARESP (Associação da Restauração e Similares de Portugal) explicou à agência Lusa que \"para já, o sector não vai avançar com reacções\" à proibição.

Em Fevereiro, quando for eleito um novo governo, a associação pretende apresentar alternativas a esta situação e definir medidas a tomar, esclareceu a fonte da ARESP.

Para já, a associação está a \"avaliar o enquadramento legal e político\" da portaria publicada em Diário da República, na terça- feira.

A portaria refere que os restaurantes terão de servir o azeite em embalagens invioláveis, abandonando os tradicionais galheteiros, uma medida que entra em vigor um ano após a publicação.

Conclui-se assim um processo iniciado pelo anterior ministro da Agricultura, Desenvolvimento Rural e Pescas, Armando Sevinate Pinto, mas assinado já pelo actual responsável pelo sector, Carlos da Costa Neves.

Na portaria, que também passou pelos Ministérios das Actividades Económicas e Trabalho, da Saúde e do Ambiente, é referido que o azeite para tempero no prato disponibilizado nos restaurantes e estabelecimentos de hotelaria \"deve ser acondicionado em embalagens munidas de um sistema de abertura que perca a integridade após a primeira utilização\" e não sejam passíveis de voltarem a ser usadas.

As embalagens podem, em alternativa, dispor de um sistema de protecção que não permita que voltem a ser utilizadas após ter terminado o conteúdo inicial, referenciado no rótulo.

A portaria justifica a decisão com as regras de rotulagem para o azeite, adoptadas seguindo um regulamento comunitário, a possibilidade de o consumidor passar a identificar a origem do produto, o que não era possível com o galheteiro, e a melhoria que representa em termos de higiene e segurança alimentar.

Quando, em Maio de 2004, foi anunciada por Sevinate Pinto a intenção de concretizar este projecto, a ARESP, através do seu secretário-geral José Manuel Esteves, ameaçou deixar de servir azeite à mesa se as novas regras viessem a ser aprovadas.

Ao contrário, as associações no sector do azeite como a Casa do Azeite, que reúne principalmente os embaladores, consideraram positiva a decisão, encarando-a como uma forma de proteger a qualidade do produto.

Também a Associação de Consumidores de Portugal (ACOP) se congratulou com o fim do uso do galheteiro nas mesas dos restaurantes, pois é uma situação que \"acarreta sérios riscos para a saúde\" relacionados com a higiene e a segurança alimentar e a conservação das características e da integridade do azeite.

EA.



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