A o entrarem nos quartos, os próximos clientes do Palace Vidago Hotel, uma jóia do néo-romântico com quase um século, já não sentirão a desilusão que só a imponência da fachada do edifício e o charme da escadaria da recepção e da sala de jantar conseguiam atenuar.

Em finais de 2008, quando o Palace Vidago reabrir, com mais uma estrela, cinco, os clientes terão quartos e casas de banho amplas e, certamente, já não ouvirão o ranger da madeira, colocada no longínquo ano de 1908.

Mais de um ano depois de encerrar ao público para obras de requalificação, com a assinatura do arquitecto Siza Vieira, a Unicer (a empresa que detém a concessão do parque onde se situa o hotel) apresentou, ontem, detalhadamente, o projecto de arquitectura e promoveu uma visita às obras já em curso.

\"A zona dos quartos do hotel vai ser aquela onde se vai mexer mais\", disse Carlos Leite Pereira, um dos arquitectos do gabinete de Siza Vieira.

Obras acopladas demolidas

A fachada do edifício, com tantas janelas quantos os dias do ano, será mantida intacta, à excepção da caixilharia o PVC será substituído por madeira, como estava no projecto original. Aliás, foi também no sentido de devolver a essência ao projecto que foram já demolidas algumas obras que, ao longo do tempo, foram acopladas ao edifício principal e que o descaracterizavam.

\"Mantendo a traça original, será requalificado para cinco estrelas, ficando, assim, com 76 quartos ao nível do melhor que existe no mundo\", resumiu o presidente da Unicer, Pires de Lima.

Pólo de Serralves

No entanto, apesar de ser a mais emblemática, a intervenção no Palace, que prevê também a construção de um SPA contíguo, é apenas parte do projecto de turismo Aquanatur da Unicer, que abrange também o parque termal de Pedras Salgadas.

Com um investimento estimado de cerca de 50 milhões de euros até 2012/2013, o projecto inclui ainda a construção, a partir de um edifício já existente, de um Clube House para dar apoio ao campo de golfe, que de nove passará para 18 buracos.

A partir das antigas garagens do parque nascerá uma espécie de pólo de Serralves.

Prevista está também a construção de unidades de alojamento com atelier comum, destinadas a acolher artistas em períodos de dois a três meses. O resultado da criação fará, depois, parte do espólio do pólo de exposição de Serralves.

Norte da Europa na mira

Destinado a um público de classe alta, além do mercado ibérico, o investimento pretende também chegar a outros públicos mais a norte da Europa ingleses, escandinavos e alemães. E, deste modo, tornar a região de Trás-os-Montes e Alto Douro no quarto pólo turístico.

Unicer quer envolver comunidade local no projecto

A Unicer assinou, também ontem, dois protocolos de colaboração. Um deles prevê uma ajuda financeira para apoiar projectos das juntas de freguesia de Vidago e Oura, que, inicialmente, se mostraram muito relutantes em relação ao projecto. Contestavam, sobretudo, a deslocalização da fábrica de enchimento das águas de Vidago, existente no interior do Parque, para Pedras Salgadas. O outro protocolo envolve a Câmara de Chaves, a Associação de Desenvolvimento do Alto Tâmega e o Instituto Português de Administração e Marketing. E irá apoiar iniciativas desenvolvidas pelas três entidades que expliquem à comunidade local o impacto do projecto da Unicer e mostrem de que forma este investimento e a consequente vinda de turistas poderá ser aproveitado para o desenvolvimento da economia local (artesanato, produtos regionais...).



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