Loucura, é como poderemos definir o acto tresloucado de um português que veio de Portugal para matar o Eugénio Fernandes, 30 anos, natural de Montemor o Novo com residência em Crandcour, cantão de Frigbourg.

O Eugénio Fernandes tinha contraído matrimónio com a Célia Rodrigues, 21 anos, natural de Chaves, no passado dia 5 de Agosto em Portugal e tudo fazia pensar que o caminho seria risonho e longo para os recém casados. O casal conheceu-se na Suíça onde viviam desde há uns anos. No entanto, a Célia recebia cartas de amor e prendas desde 1995 de um pretendente que não a largava, Gilberto T., 29 anos, também ele natural de Chaves. Em 1998, o Gilberto tinha feito uma viagem até a Fribourg para tentar persuadir a sua amada, não correspondido, a mudar de ideias, nada fazia prever que cometesse uma loucura. Ainda neste verão, o jovem casal tinha recebido ameaças e ninguém consegue explicar como pÎde ele vir até à Suíça cometer o seu tresloucado acto.

Contudo, fê-lo, no passado dia 10 de Outubro pelas 19 e 35 horas, com dois tiros de pistola de calibre 6.35 mm, os quais não deram nenhumas hipóteses ao Eugénio que morreu nos braços da sua jovem esposa. Pensa-se que o assassino terá vindo até à Suíça numa carrinha e que terá começado a perguntar pela morada do jovem casal com uma fotografia do Eugénio em Estayer du Lac, de café em café, afirmando ser irmão da Célia. Alguém lhe terá dito que o casal vivia em Grandcour e através do distribuidor do correio terá chegado até à fatídica morada. Rondou o prédio durante todo dia para às sete e meia da noite entrar pelas traseiras desferindo cinco minutos mais tarde os dois tiros mortais. Um helicóptero da Rega deslocou-se de pronto ao local mas de nada valeram os esforços.

Em Portugal, terá dito aos seus familiares que se deslocava à cidade do Porto para receber uma consulta médica.

O assassino foi capturado pela polícia local uma hora e meia depois do crime em Montbrelloz, nos próximos dias será enviado ao juiz de instrução.

O Eugénio trabalhava como cortador de carnes num Talho em Courtepin, Frigbourg, e a Célia como empregada de mesa em St. Aubin. Realizou-se uma missa com o corpo presente na igreja católica de Payerne no passado dia 12 de Outubro e o funeral foi realizado em Montemor o Novo no passado dia 14 do mesmo mês.

A Sá da Gazetalusofona, 03-Novembro-2000



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Projecto transfronteiriço

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