E o que faz um sénior em Bragança, se não está para passar a tarde em frente ao televisor e não é muito dado a estar no café? Maria da Conceição Baixinho Dias, 67 anos, antiga engenheira civil e ex-docente do Instituto Politécnico de Bragança, encontrou a resposta na Universidade Sénior dinamizada pelo Rotary.

E se há cinco anos entrou com o intuito de aperfeiçoar o Inglês - \"tenho uma filha no Dubai e gosto de viajar\" - logo se aventurou em mais uma série de atividades, que movimentam cerca de quatro dezenas de alunos.

\"Venho quase sempre. Mantém as sinapses dos neurónios ativas\", sorri a natural de Lombo, Macedo de Cavaleiros. \"Temos um grupo muito animado\", confirma Elza Pires, 69 anos, uma das traves-mestras da instituição. Está lá desde a primeira hora e foi uma das impulsionadoras, que também se multiplica: literatura, línguas, música, pintura, teatro, dança...

As lições são garantidas por professores em regime de voluntariado, \"de forma graciosa\", sublinha António Meireles, responsável pela Universidade Sénior, docente no Politécnico de Bragança. A colaboração com aquela instituição é estreita, sobretudo com as escolas superiores de Educação e de Saúde. E de saúde percebe Monteiro Morais, 75 anos bem conservados, médico-cirurgião que deixou de operar por limite de idade. Esteve no Porto, em Angola, em França. Agora está em Bragança.

E não dispensa a Universidade Sénior pelo \"companheirismo\", pela \"discussão de temas\", pela \"atividade intelectual\". \"A maior parte dos nossos alunos tem formação superior. Quase todos têm mais de 65 anos e são aposentados da Função Pública ou da atividade docente\", explica António Meireles.

\"A flutuação do número de alunos é grande. A participação exige muita força de vontade\", acrescenta o responsável. Para manter a chama acesa, há um conjunto imenso de disciplinas. Os alunos pagam uma quota trimestral. O objetivo é que as atividades sejam autossuficientes. O lucro não mora aqui.



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