A população de Izeda, no concelho de Bragança, já começou a racionar água. Com a aproximação do pico do Verão, teme que as torneiras sequem, como tem acontecido nos últimos anos.

Desde 2002 que a Junta reivindicava obras para levar mais água da barragem do Azibo à freguesia. E até foram executadas: construiu-se uma estação elevatória, foram instalados novos emissários e está tudo pronto a funcionar. A empreitada custou cerca de 345 mil euros. Mas, até agora, Izeda ainda não recebeu uma pinga de água do Azibo e continua a governar-se com a nascente da localidade, cujo caudal não chega para os gastos. O acordo com a Empresa Águas de Trás-os-Montes e Alto Douro previa a entrada diária de 400 metros cúbicos, o que não está a ser cumprido.

O presidente da Junta, Amílcar Maurício, relatou a situação, por carta, aos responsáveis daquela empresa, que o informaram que, ao indagarem o que se passava junto da Câmara de Macedo de Cavaleiros, souberam que \"também estava com problemas em algumas aldeias\". Decidiram, então, racionar o consumo.

Para evitar a completa falta de água, a Junta de Izeda decidiu começar a poupar, fechando todas as noites as condutas da água, entre as 23 e as 7.30 horas. A autarquia tem a experiência do passado para saber que a situação vai agravar-se em Julho e Agosto, pois, por essa altura, a população cresce com o regresso de emigrantes, além de que se gasta muito mais água nas regas.

Amílcar Maurício afirmou que a Direcção do Estabelecimento Prisional de Izeda, onde estão mais de 200 reclusos, também já reclama da falta de água.

Todos temem que se repita o cenário de há dois anos, em que foi necessário os bombeiros transportarem água para a vila em autotanques. O responsável pelo sector na Empresa Águas-de-Trás-os-Montes explicou que, ultimamente, Izeda tem sido abastecida através do Azibo, pelo que, desconhece \"se deixou de o ser\". O responsável acrescenta que os níveis dos reservatórios \"têm estado satisfatórios\", além de que se tem recorrido a diversas captações para abastecer as aldeias que recebem água do Azibo, nomeadamente Izeda, Bagueixe e Morais. No entanto, \"não tem sido possível abastecer com a pressão suficiente todas as localidades\", afirmou.



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