Os técnicos responsáveis pelo Estudo de Impacte Ambiental concluíram, no entanto, que os impactes negativos da via são " moderados e controláveis".

Está a decorrer, desde o passado dia 26 de Março, o processo de consulta pública do lanço do IP3 entre Chaves (fronteira) e Vila Real, uma extensão de 73 quilómetros há muito reclamada pela população e considerada fundamental para o desenvolvimento económico e social da região.

A consulta pública é uma fase obrigatória antes do licenciamento de projectos que, pela sua natureza ou localização, sejam susceptíveis de provocar incidências significativas no ambiente. E pretende também, com o envolvimento de todos os cidadãos e entidades, seleccionar, entre um conjunto de alternativas, o traçado mais favorável ambientalmente.

Assim, e até ao dia 23 de Maio, todos os cidadãos ou entidades interessados em se pronunciar sobre o projecto em causa poderão fazê-lo por escrito, dirigindo as suas considerações ao presidente do Instituto do Ambiente.

O projecto pode ser consultado nas Câmaras Municipais de Vila Real, Chaves, Vila Pouca de Aguiar e Sabrosa. Ou ainda na Direcção Regional do Ambiente e Ordenamento do Território do Norte e no Instituto do Ambiente.

O resumo não técnico do projecto, um documento mais conciso e de interpretação mais simples, está ainda disponível numa série de Juntas de Freguesia dos concelhos abrangidos pela auto-estrada, 29 no total.

Características

do traçado

A via em causa foi dividida em três lanços. O primeiro desenvolve-se entre a fronteira de Vila Verde da Raia e o nó com a EN 103, numa extensão de 17 quilómetros. Para este traçado são apresentadas duas alternativas. O segundo lanço, com 55 quilómetros, vai desde o nó da EN103 até ao IP4, a norte de Vila Real, e para este corredor existem quatro soluções diferentes. Por fim, o terceiro lanço, e mais pequeno, com apenas três quilómetros, estende-se precisamente desde o nó do IP4 até à encosta este do vale da ribeira das Toirinhas. Para este traçado não é apresentado nenhum corredor alternativo. Isto porque as condições topográficas e a ocupação do solo não permitem a execução de outro traçado tecnicamente viável numa extensão tão reduzida.

Independentemente das alternativas que venham a ser seleccionadas, certo é que a via vai ficar com duas faixas de rodagem de 7,5 metros de largura, com duas vias de 3,75 metros cada e um separador central com 5 metros de largura na maior parte da sua extensão. As bermas exteriores terão 3,75 de largura, com três metros pavimentados.

Na opinião da empresa que executou o Estudo de Impacte Ambiental do traçado em causa, a Agri-Pro Ambiente, os impactes negativos do IP3 entre Chaves e Vila Real são "moderados", "controláveis" e "não constituem um obstáculo à construção do projecto", tendo em conta a "importância que este corredor terá no desenvolvimento económico e social da região". Além de que, concluem os técnicos responsáveis pelo estudo, funcionará como uma alternativa à EN 2, que apresenta grandes deficiências, com faixas estreitas e muitas curvas.

O presidente da Câmara de Chaves, João Baptista, que apenas leu o resumo não técnico do estudo de impacte ambiental agora em fase de consulta pública, disse em conferência de imprensa que tudo fará para "antecipar" a data prevista para a conclusão da via, ou seja, 2005. Prometeu mesmo, para que isso aconteça, "meter já uma cunha" a um dos futuros ministros de Durão Barroso com quem em breve irá ter um encontro. No entanto, o autarca está convencido que a conclusão do IP3 será antes do anunciado, baseando-se no facto do novo primeiro ministro ter garantido, durante a campanha eleitoral, que, se chegasse ao Governo, a conclusão do IP3 seria "prioritária".



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