Na aproximação a Bragança, um incêndio deflagrou no motor 1 de uma aeronave Dornier 228 com 10 passageiros, tendo aterrado de emergência já no aeródromo e provocando 1 morto e três feridos graves.  

 

Com proveniência do Aeródromo de Vila Real, a aeronave Dornier 228 do operador Fly com dois tripulantes e oito passageiros estava ontem pelas 18h45 em rota com destino ao Aeródromo Municipal de Bragança quando um fogo deflagrou no motor 1 durante o sobrevoo do concelho da capital de distrito.

Rapidamente, as chamas propagaram-se à asa e, apesar da tripulação ter acionado os meios de autoextinção, não conseguiu controlar o fogo pelo que o piloto decidiu aterrar de emergência no aeródromo brigantino.

Durante a aterragem, deu-se um desequilíbrio no avião, provocado por uma rajada de vento lateral, do qual resulta o toque da asa em chamas com a pista. Esse toque provocou a fratura e separação total da asa da fuselagem e, por conseguinte, o derrame de cerca de 800 dos 1600 litros de combustível JET A1 em depósito e o consequente descontrolo da aeronave que rodopia, parte o trem de aterragem e se incendeia.

A fratura da asa provocou uma fenda na fuselagem, que deslizou ao longo de 100 metros acabando por se imobilizar no eixo da pista. Durante o “arrastamento” da fuselagem, dois passageiros foram projetados pela fenda da fuselagem, não tendo sofrido qualquer dano. No entanto, dos oito ocupantes restantes que permaneceram na aeronave, 1 acabaria por falecer e três ficaram gravemente feridos.  

Toda esta situação teria sido um autêntico pesadelo se não tivesse sido um exercício à escala total destinado a testar o Plano de Emergência Para Aeronaves do Aeródromo Municipal de Bragança, avaliar a capacidade do mesmo para responder a uma situação de emergência, assim como a capacidade de intervenção operacional dos meios de socorro internos e a articulação dos meios de socorro internos com a estrutura de proteção civil.   

 

Contratação dos Bombeiros Voluntários de Bragança é da responsabilidade do município que paga, anualmente, uma verba que ronda os 90 mil euros

 

Um simulacro que se reveste de particular importância como ferramenta de desenvolvimento da capacidade de reação do aeródromo perante um eventual acidente de quaisquer proporções que ocorra nas suas infraestruturas com o recurso a meios externos e que serviu, sobretudo, para treino de pessoal e familiarização com o Plano de Emergência, com o objetivo de levar a bom termo a condução de potenciais operações de socorro no futuro.

Para conferir o máximo de realismo possível foram utilizados nove figurantes e um manequim que se apresentaram caraterizados para simularem as mais diversas lesões. Para a montagem do cenário descrito foram, ainda, utilizados 100 litros de gasóleo e como acelerador de combustão 20 litros de gasolina.

“Este exercício foi uma forma de testarmos o Plano de Emergência do aeródromo que é uma infraestrutura aeroportuária que recebe diariamente a ligação aérea Bragança – Lisboa”, começou por declarar o edil brigantino à comunicação social presente no simulacro, sublinhando a obrigação de existir “uma estrutura devidamente apetrechada”, de forma a estar preparada “para aquilo que poderá acontecer um dia mais tarde”.

 

"Provámos hoje (ontem) com este simulacro que o aeródromo de Bragança é tão seguro como qualquer aeroporto nacional ou internacional", Hernâni Dias

 

“Sendo a câmara municipal proprietária da infraestrutura, quando há um acidente a primeira responsabilidade acaba, praticamente, por ser nossa, uma vez que o diretor do aeródromo também tem essa responsabilidade de quando há algum tipo de problema comunicar imediatamente ao presidente da câmara para que possamos intervir nesta questão da proteção civil”, esclareceu Hernâni Dias, visivelmente satisfeito pela forma exemplar como decorreu o exercício à escala total.

Resta dizer que intervieram, diretamente, neste exercício a Câmara Municipal de Bragança, o Serviço Municipal de Proteção Civil, a Autoridade Nacional de Aviação Civil, o Aeródromo de Bragança, as Corporações de Bombeiros de Bragança e Izeda, a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública, a Autoridade Nacional de Proteção Civil, o Instituto Nacional de Emergência Médica e a Unidade Local de Saúde do Nordeste.

 


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