Guedes de Almeida, um militante do PSD de Bragança que se tem destacado pela contestação ao executivo camarário social-democrata, anunciou hoje que vai concorrer à presidência do município, naquela que será a primeira candidatura independente na região.

Guedes de Almeida assume como desafio convencer o eleitorado de Bragança de que está na altura de \"fazer, através do voto, uma revolução pacífica democrática e acreditar em alguém de fora dos partidos\".

\"As populações devem reflectir sobre se vale a pena apostar sempre nas candidaturas que os partidos impõem e se vale a pena continuar a votar nos partidos\", disse Guedes de Almeida à Lusa.

Advogado de profissão, Guedes de Almeida um dos primeiros a assumir, no distrito de Bragança, que está na corrida autárquica, vai protagonizar a primeira candidatura independente à câmara da capital de distrito.

Militante do PSD há quase duas décadas, o causídico encabeçou, em 1991, a luta contra o encerramento da linha do Tua, entre Bragança e Mirandela, criando o GIN - Grupo de Intervenção Nordestina - que juntou 10 mil pessoas numa manifestação.

Já foi vereador independente na Câmara de Bragança e nos últimos anos tem participado nas estruturas locais do PSD, sendo um dos eleitos do partido na assembleia municipal de Bragança.

Naquele órgão autárquico tem assumido uma posição crítica em relação ao actual executivo social-democrata, liderado por Jorge Nunes, contestando negócios como a polémica permuta com a empresa Bragaparques, que envolveu um centro comercial, um parque de estacionamento e um terreno da autarquia e que o Tribunal de Contas declarou ilegal e nulo.

Mais recentemente, participou ao Ministério Público do Plano de Urbanização da cidade, por entender que contém \"ilegalidades e que reflecte apenas os interesses do presidente da câmara em detrimento dos interesses dos munícipes\".

Critica ainda o \"isolacionismo\" do autarca social-democrata em relação aos restantes onze presidentes de câmara do distrito e as \"obras pontuais sem reflexão sobre se serviam os interesses do concelho e da cidade\".

Assume que a sua candidatura \"é um risco\" por não ter a máquina partidária por trás, mas entende que a actual \"obediência cega e subjugação aos partidos não é salutar para a democracia\".

Garante que as suas posições \"não são contra o PSD, mas a favor dos princípios programáticos do partido\", e considera que \"há valores que não são negociáveis\".

Relativamente à equipa que o irá acompanhar, promete que será apresentada a seu tempo e que \"será constituída por pessoas conhecidas (da cidade), que subiram na vida à sua custa sem arranjos partidários e sem andar atrás do tacho\".



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