Segundo o EXPRESSO, o ministro da Saúde chegou a pedir a demissão de Adão Silva, após as declarações sobre o encerramento das maternidades

Se o final da semana do ministro da Saúde, Luís Filipe Pereira, já prometia ser quente, nada fazia prever que o seu início o fizesse viver um dos piores momentos políticos da sua passagem pelo Ministério da Saúde.
Adão Silva, secretário de Estado-adjunto de Filipe Pereira - que veio de Trás-os-Montes e foi a única escolha pessoal do ministro para o gabinete - anunciou, no passado dia 5, perante as câmaras de televisão, que se demitiria se as maternidades do norte transmontano encerrassem. Isto na sequência das declarações do médico Albino Aroso, da Comissão da Saúde Materno-Infantil, precisamente sobre a possibilidade de oito maternidades do país virem a ter de fechar.
A declaração de Adão Silva caiu como uma bomba no Ministério da Saúde e no gabinete do primeiro-ministro, que teve de intervir para gerir a crise entretanto criada.
Filipe Pereira não só terá chegado a pedir a demissão de Adão Silva, o que foi recusado pelo gabinete de Durão Barroso, como terá mesmo posto a hipótese, mais uma vez, de abandonar, ele próprio, as suas funções governativas. Mas nada disso aconteceu, tendo o assunto sido resolvido com uma declaração lacónica de Adão Silva à Lusa, feita na noite do passado dia 7: "Excluo qualquer hipótese de me demitir, se as maternidades fecharem".
A minicrise não deixou, porém, de ter consequências. Segundo o EXPRESSO apurou, a visita de Filipe Pereira ao distrito de Bragança - no âmbito do périplo do Governo pelo país, este fim-de-semana, para festejar o seu segundo aniversário - acabou por ser mudada, ficando a seu cargo a região norte de Lisboa. Oficialmente, esta alteração de planos foi justificada com "problemas de agenda do ministro da Saúde".



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