Os autarcas da região transmontano-duriense estão expectantes em relação ao Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN) e aos futuros apoios comunitários, mas não se inibem de criticar o \"excessivo centralismo\" no que toca às decisões sobre o tipo de investimentos a apoiar, entre 2007 e 2013.

Manuel Martins, presidente da Câmara de Vila Real, considera este novo quadro comunitário \"profundamente centralista e totalmente decidido em Lisboa. As autarquias foram completamente postas de lado de todo o processo; fomos marginalizados\".

O autarca social-democrata está, no entanto, \"convicto de que Vila Real vai ver apoiados alguns projectos, não só no que diz respeito a investimentos intermunicipais, no âmbito da Associação de Municípios do Vale do Douro Norte, mas também no que toca a projectos que são \"só\" de Vila Real, como as duas infra-estruturas desportivas que faltam ao município, concretamente o novo pavilhão gimnodesportivo e as novas piscinas cobertas\".

Em Bragança, o presidente, Jorge Nunes, mostra-se \"optimista e esperançoso\", mas lá vai dizendo que \"se impõe que ao nível das acessibilidades se desencrave a região de uma vez por todas\", lembrando pela enésima vez a \"A4, o IC2 e o IC5, entre outras rodovias, com ligação a Puebla de Sanábria\" e ao TGV espanhol. O aeródromo local também \"deverá evoluir para outros padrões\". O autarca recorda a sua \"a principal preocupação \"O despovoamento, que os quadros anteriores não foram capazes de solucionar, devido à ausência de políticas de desenvolvimento regional\". Jorge Nunes também critica \"a gestão excessivamente centralizada\" e não tem dúvidas de que \"o grosso das verbas, sob a desculpa da competitividade, vai uma vez mais concentrar-se nas grandes cidades do litoral, nas OTAs e nos TGVs\".

Mais de 50 milhões é quanto Mirandela espera investir em conjunto com os restantes parceiros da Terra Quente (Vila Flor, Macedo de Cavaleiros, Carrazeda de Ansiães e Alfândega da Fé), recorrendo ao QREN e também a parcerias com privados. O presidente da Câmara, José Silvano, é da opinião que \"a expectativa em relação ao QREN por parte de cada município, e, sobretudo, no Interior é pequena\". E justifica \"Pela primeira vez, exigem-se projectos de sustentabilidade de análise económico-financeira. No Interior desertificado e pobre, os investimentos são cada vez mais difíceis de justificar por esses prismas\".

João Baptista, presidente da Câmara de Chaves, quer afirmar o município e a cidade como um espaço que \"sempre foi de cooperação e encontro de comunidades. Entre Litoral e Interior, entre Norte de Portugal e Galiza e Castela e Leão, na vizinha Espanha\". Também é ambicioso nos projectos que aspira ver concretizados e igualmente crítico do poder central no que toca ao QREN. \"Apresenta-se como grande desígnio nacional a qualificação dos portugueses e ainda bem, porque só assim nos podemos colocar ao nível da convergência europeia. Depois, fala-se em concentração de insvestimentos, selectividade, competitividade, numa lógica supra-municipal. Também concordo com tudo isso\", garante.

Também em Lamego se espera que \"este quadro comunitário venha permitir um conjunto de investimentos de que o Interior carece, quer os que dizem respeito ao Estado, quer aos que devem ser desenvolvidos pela autarquia\", disse o presidente da Câmara, Francisco Lopes. O autarca realça \"o IC26, a recuperação do complexo desportivo, a construção de centros escolares, os investimentos no ensino superior, o pólo de formação profissional de Cambres, a requalificação urbana, entre outros. Só no que diz respetio ao orçamento para 2007, estamos a falar de investimento globais na ordem dos 20 ou 30 milhões de euros, passíveis de candidatura a fundos comunitários\", explica.



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