Os 40 especialistas europeus em termalismo que visitaram, durante terça e quarta-feira, cinco termas da região Norte ficaram em "êxtase" e "fascinados" com a qualidade dos tratamentos e das águas, afirmou hoje o coordenador nacional do projeto InnovaSPA.

Foi no âmbito do projeto InnovaSPA, que tem como objetivo a cooperação entre oito países europeus (França, Portugal, Lituânia, Letónia, Eslovénia, Hungria, Roménia e Polónia) para delinear planos de "ação" para as estâncias termais, que 40 especialistas europeus visitaram as termas da região Norte e ficaram a "conhecer os seus programas".

A visita passou pelas Termas de Caldas de Aregos, em Resende, onde os especialistas puderam experimentar os banhos e testar os benefícios das águas e, prosseguiu com um percurso às sete fontes termais da Rota da Água, entre Chaves e Verín.

Em declarações à Lusa, Pedro Augusto, coordenador de projetos da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (FMUP) e coordenador nacional do InnovaSPA, adiantou hoje, durante a sessão de balanço da visita, que os parceiros do consórcio ficaram "em êxtase".

"Foi muito interessante, por exemplo, em Chaves. Eles ficaram fascinados quando descobriram a água a ferver a 75 graus à superfície", disse, adiantando que a "curiosidade e interesse" dos especialistas fez com que algumas ações do programa fossem canceladas.

"Houve muita liberdade de programa porque a ideia era que eles também passassem pela experiência das nossas termas, quer de banhos quer de águas", salientou.

Segundo o responsável, os parceiros da Hungria já mostraram interesse em "replicar" o modelo da estância termal de Chaves que conjuga a arqueologia, a cultura e o turismo numa rota.

"É bom que o nosso exemplo seja aproveitado e replicado pelos parceiros", afirmou Pedro Augusto, lembrando que outro fator que deixou os especialistas impressionados foi "a dimensão das termas" e a sua envolvência com a natureza.

"Nas termas de Amarante, por exemplo, eles ficaram fascinados com o tamanho da estância, das salas e com as paisagens naturais. Na Hungria e nos países de Leste estão habituados a termas de massas com milhares de pessoas todos os dias e aqui, perceberam que as termas são um ambiente relaxado e familiar", concluiu.

Além de visitas de estudo às várias estâncias termais europeias, o projeto InnovaSPA, que tem um financiamento de 1,34 milhões de euros, vai também traçar um "plano de ação" para as termas, que visa a alteração de políticas regionais e municipais.

À Lusa, Pedro Augusto adiantou que uma das medidas que entrará, certamente, no plano de ação português é a criação de ligações e programas de atividades entre as termas e os parques naturais que as envolvem.

"Fizemos um inquérito às termas da região Norte e ficamos admirados com algumas evidências apontadas, como por exemplo, o facto de estarem encostadas e próximas de parques naturais, mas não terem nenhuma ligação ou atividades", explicou, adiantando que esta é "uma lacuna fácil de explorar através da coordenação entre as termas, entidades municipais e turismo".



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