O arranque do trabalho de uma Viatura de Emergência e Reanimação Médica (VMER) em Bragança está temporariamente suspenso porque os médicos que integravam as equipas que fariam o serviço exigem um pagamento superior ao que a administração do Centro Hospitalar do Nordeste está disposta a pagar, admitiu um responsável da unidade de saúde.

Aqueles profissionais já receberam formação para o efeito, paga pelo Ministério da Saúde, que gastou cerca de 74 mil euros na formação de 10 equipas constituídas cada uma por um médico e um enfermeiro. A direcção do Centro Hospitalar preparava-se para pagar 17 euros por cada hora de trabalho dos médicos na VMER, o mesmo que é pago no Centro Hospitalar de Vila Real, mas, segundo aquela administração, os clínicos, que fazem serviço em Vila Real, exigem em Bragança 25 euros/hora. Uma quantia que não está dentro do orçamento do Centro Hospitalar do Nordeste, avançou ao JN uma fonte da administração. Tanto mais, \"que são esses os preços praticados na maioria dos hospitais do resto do país\", referiu a mesma fonte.

A aquisição da VMER foi uma responsabilidade que o Governador Civil, Jorge Gomes, tomou como empenho pessoal.\"Não cedemos a pressões\", afirmou Jorge Gomes.

Desde o final do ano passado que está tudo a postos para a viatura começar a funcionar, o serviço foi implementado num pavilhão junto à Urgência do Hospital de Bragança, onde existem duas salas de apoio, a viatura já está pronta, mas ainda não se encontra na unidade de saúde.

O serviço da VMER tem um custo anual estimado em 370 mil euros, 60 mil euros mês, e as previsões apontam para que a sua utilização média seja de uma saída diária. O seu trabalho vai ser coordenado pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes, funciona em sistema de rotatividade e a sua operacionalidade é de 24 horas.

O Centro Hospitalar do Nordeste está a encetar contactos junto de outros médicos com formação específica que estejam disponíveis para ir trabalhar para Bragança, pelo preço praticado normalmente.

Jorge Gomes está confiante qu,e na próxima semana, a VMER esteja a trabalhar. Aliás, os serviços do distrito estão já a tratar de adquirir outra viatura semelhante para o hospital de Mirandela.

O JN procurou ouvir os médicos em causa, mas nenhum deles se encontrava no hospital de Bragança. Glória Lopes



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