Um ponto é sempre um ponto, mas este, conquistado pelo Desportivo de Chaves em Paços de Ferreira, teve sabor especial. A equipa flaviense respondeu, de forma positiva, ao ultimato lançado pelo presidente do clube, que apontava o jogo de ontem como crucial para o futuro do técnico Daniel Ramos. O Paços de Ferreira voltou a apresentar lacunas inaceitáveis para um candidato à promoção e perdeu a oportunidade de ascender ao segundo posto.

Após cinco derrotas consecutivas, a deslocação à Mata Real era um teste de fogo às capacidade da formação de Chaves, assim como, claro está, de Daniel Ramos. Mário Carneiro, presidente do clube, esclareceu, no final do encontro, que o ultimato serviu de aviso à navegação, reiterando a confiança na equipa técnica e a esperança num futuro mais risonho.

O Paços de Ferreira, que se exibiu de forma descoordenada, foi na onda dos empates, que varreu a 10ª jornada da Liga de Honra. O (grande) golo de Joca, ao minuto 9, afigurava-se como o início de uma tarde festiva na \"Capital do Móvel\", mas a formação pacense voltou a desiludir, consentindo o empate pouco depois. Marinescu, aproveitando a passividade da defensiva local, atirou a contar.

Apesar do domínio territorial do Paços de Ferreira, o Desportivo de Chaves não abriu brechas no último reduto e esteve, inclusive, perto da vitória, mas Pinho afastou o perigo (94Ž). Resultado justo, que serve os propósitos de ambos. Arbitragem razoável.

José Mota

\"Não surpreende\"
\"Temos de dar mérito ao adversário, que dispÎs bem as peças no relvado. Olhando para a qualidade daquele plantel, não me surpreende este resultado. As equipas, na Liga de Honra, são muito parecidas, muito equilibradas e, assim, o resultado mais natural é o empate. O Chaves veio cá para surpreender, marcámos cedo mas voltámos a falhar na defesa e consentimos um golo num lance em que estão dois avançados do Chaves para um nosso. Há um grupo de dez equipas que pode lutar pela subida. Somos uma delas\".

Daniel Ramos

\"Início da reviravolta\"
\"Foi a resposta do grupo de trabalho, que me orgulho de treinar, às dificuldades por que temos passado. Acredito que este pode ser o início da reviravolta, até porque voltei a ter quase todos os jogadores disponíveis. Não comento o ultimato, estou aqui a dar a cara, depois de ter ponderado várias situações. Coloquei o meu lugar à disposição no último domingo, mas sinto a confiança da direcção. Aliás, depois de cinco derrotas consecutivas, o normal seria a minha saída. Com um pouco de justiça, poderiamos ter vencido\".



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