As obras das novas estradas e barragens em curso no Nordeste Transmontano custaram a vida a dez trabalhadores em dois anos, noticia a Lusa.

A região transformou-se num estaleiro, desde 2008, com a construção de estradas reclamadas há décadas, como o IC5 e IP2, da Autoestrada Transmontana e das barragens do Baixo Sabor e de Foz Tua.

Todas as obras daquele que é o maior investimento de sempre no distrito de Bragança, superior a 2.000 milhões de euros, estão já marcadas por acidentes mortais, o último dos quais ocorreu quarta-feira à noite na construção do paredão principal da barragem do Baixo Sabor.

Um trabalhador estrangeiro, com cerca de 30 anos, caiu durante uma operação para retirar cofragem, naquele que foi o primeiro acidente de trabalho mortal na obra que leva já quatro anos de construção.

A empreitada encontra-se no chamado pico de obra com cerca de 1.700 trabalhadores previstos para a conclusão dos trabalhos, apontada para os últimos meses do próximo ano.

Noutra barragem, também em construção no Nordeste Transmontano, a de Foz Tua, foi o início da obra que ficou marcado pela morte de três trabalhadores soterrados na derrocada de uma formação rochosa da margem esquerda do rio Tua.

O acidente ocorreu a 26 de janeiro, poucos meses depois do início da construção da barragem que deverá empregar nos próximos anos mais de mil trabalhadores.

Cinco mil trabalhadores estiveram envolvidos na empreitada do IP2 e do IC5, que se encontram já abertos ao trânsito. As obras custaram a vida a cinco trabalhadores.

O número elevado de sinistros, com quatro mortes em pouco mais de dois meses, entre maio e agosto de 2010, levou a concessionária do Douro Interior, a Ascendi, a lançar uma campanha de sensibilização.

Com o lema «60 dias - acidentes zero», a iniciativa conseguiu resultados. Porém, viria a ser contabilizada mais uma morte, em abril de 2011.

Estes acidentes deveram-se a atropelamento, queda em altura, eletrocussão e deslizamento de pedras.

Um trabalhador morreu esmagado já este ano, em maio, nas obras da Autoestrada Transmontana, naquele que foi o primeiro acidente mortal da empreitada que decorre há três anos.

O acidente ocorreu durante a desmontagem de equipamento de apoio à construção de um viaduto, quando um bloco de grandes dimensões se desprendeu atingindo a viatura em que seguia o encarregado da frente de obra, que passava por debaixo da estrutura.

De acordo com as estimativas iniciais, estas obras envolverão diretamente no terreno, no seu conjunto, cerca de 10 mil trabalhadores.



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