Chuvas deste Inverno aumentaram caudais que causaram mais danos do que o previsto. Responsável alerta para a urgência do investimento no canal de navegação, em nome do turismo.

O Instituto Portuário e dos Transportes Marítimos (IPTM) precisa de 100 mil euros para concluir as reparações dos danos causados pelas cheias na Via Navegável do Douro e para reabrir ao tráfego sem condicionalismos.

Fonte deste organismo disse esta sexta-feira à Lusa que a navegação neste rio está condicionada, necessitando as embarcações de uma autorização, que é passada caso a caso pela delegação do Douro do IPTM, para subirem do Pinhão até Barca d Alva.

\"Tínhamos adjudicado a primeira tarefa de reparação da via navegável, como fazemos todos os anos, e tínhamos feito a nossa estimativa de valor que foi ultrapassada pelos danos causados pelas cheias\", afirmou o director delegado do IPTM, Joaquim Gonçalves. Acrescentou que, este ano, foram \"surpreendidos pelos caudais que causaram danos excessivos\" e que tiveram que \"terminar as reparações no Pinhão\". Por exemplo, é preciso recolocar as boias que sinalizam o troço de rio por onde os barcos têm que navegar.

\"Agora, reabrimos um novo procedimento administrativo com vista a obter as autorizações para fazer a reparação do Pinhão até Barca d Alva. Temos ainda alguns danos por reparar na via navegável\", salientou. Joaquim Gonçalves estima que sejam necessários cerca de \"100 mil euros\" para concluir essas reparações na via até ao cais de Barca d Alva. \"Temos que cumprir toda a tramitação legal, no fundo, o código dos contratos públicos, e estamos a tentar ultrapassar todas essas dificuldades\", frisou.

O responsável referiu ainda que o IPTM fez um levantamento dos danos que foram provocados na via, que foram transmitidos aos operadores que, para subirem a partir do Pinhão, precisam de uma autorização especial. \"Não há aventura. Conhece-se onde estão os danos, avaliam-se as condições de caudal, não há tráfego intenso, portanto é um tráfego controlado e autorizado caso a caso. Mas obviamente que limita a operação e o normal funcionamento da via\", referiu. Joaquim Gonçalves salientou ainda que, \"só quando estiver totalmente reparada, é que será aberta a via a todos os operadores\".

O responsável insistiu ainda com a importância de se avançar com a ampliação do cais do Pinhão, projecto que está parado porque foi alvo de uma reavaliação por parte do conselho directivo do programa operacional ON.2 O Novo Norte. Esta obra deverá custar cerca de um milhão de euros. \"Fomos apanhados no processo de limpeza dos contratos de QREN que não tinham execução física à data que o Governo fez essa verificação\", explicou.

Joaquim Gonçalves referiu que se está agora a diligenciar no sentido de que serem criadas as condições de financiamento necessárias para a execução da obra, que considerou essencial para a via devido ao aumento da frota de barcos-hotel que, em 2014, será de 14 embarcações. \"Não se pode hesitar neste investimento sob pena de comprometermos o projecto de navegabilidade\", frisou.



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