Dez das doze Câmaras do distrito de Bragança acordaram hoje apresentar uma providência cautelar em conjunto para travar a retirada do helicóptero do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) estacionado em Macedo de Cavaleiros.

A decisão foi hoje tomada numa reunião que juntou representantes das autarquias de Torre de Moncorvo -- anfitriã do encontro -, Alfândega da Fé, Carrazeda de Ansiães, Miranda do Douro, Mogadouro, Vinhais, Vimioso, Vila Flor, Macedo de Cavaleiros e Freixo de Espada à Cinta.

\"Há uma perda evidente de qualidade nos serviços de saúde com redução de duas para uma aeronave de socorro em toda a região Norte. O helicóptero estacionado em Macedo de Cavaleiros já chegou a ser solicitado para duas missões de socorro em simultâneo\", argumentou o presidente da Câmara de Torre de Moncorvo (PS), Aires Ferreira, porta-voz das decisões finais do encontro.

O autarca socialista disse ainda que será enviada uma missiva ao ministro da Saúde a solicitar uma reunião com a tutela, com carácter de urgência, para debater esta questão que preocupa os autarcas transmontanos.

\"A poupança, que me dizem que ronda o milhão de euros com retirada do helicóptero de Macedo de Cavaleiros, parece já não ser relevante, quando se apresenta um estudo técnico que diz que o facto de o Serviço de Urgência Básica (SUB) de Vila Nova de Foz CÎa, que está instalado em contentores, gasta esse valor em arrendamento\", disse o autarca.

Esta alusão deve-se ao facto de Torre de Moncorvo revindicar a instalação de um SUB no concelho, havendo mesmo uma petição, com mais de 4.000 assinaturas, que reclama o serviço.

O helicóptero de emergência baseado em Macedo de Cavaleiros resultou de um protocolo celebrado entre o antigo ministro da Saúde Correia de Campos como contrapartida pelo encerramento dos Serviços de Atendimento Permanente (SAP) nos centros de saúde, de forma a tornar o socorro mais célere às populações, devido às distâncias dos principais hospitais regionais e centrais.

\"Argumentar que estacionar um helicóptero do INEM em Vila Real, só porque a cidade tem uma Urgência Polivalente, é estapafúrdio, já que quando a aeronave recolhe, o doente poderá ser transportado para um qualquer hospital de referência\", frisou Aires Ferreira.

Os autarcas presentes na reunião de trabalho relembraram que há um protocolo assinado em 2007: ou o protocolo é cumprido e o meio aéreo mantém-se ou deixa de haver protocolo.

Segundo Aires Ferreira, os 11 autarcas do distrito de Bragança que, em 2007, assinaram o referido protocolo -- destes, apenas Mirandela não se fez representar no encontro de hoje - fizeram-no com alguma \"relutância\", reconhecendo que um helicóptero estacionado em Macedo do Cavaleiros \"era um meio de emergência muito bom\".

No dia 27 de junho, a Câmara de Bragança classificou de inaceitável a retirada do helicóptero do INEM de Macedo de Cavaleiros por deixar as populações abandonadas e exigiu que a medida seja revista.

A posição tomada em reunião do executivo camarário seguirá para o primeiro-ministro e os ministros da Saúde e da Administração Interna, segundo a anunciou o executivo social-democrata liderado por Jorge Nunes.

O ministro da Saúde, Paulo Macedo, anunciou recentemente que Macedo de Cavaleiros e Aguiar da Beira deixam de ter baseados os helicópteros de socorro e emergência médica.



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