«O verbo dar tem-me acompanhado ao longo da vida. Dei-me, continuarei a dar-me»,disse novo bispo auxiliar de Braga

Arcebispo primaz presidiu à ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, auxiliar de Braga, a celebração contou com a presença de mais de duas dezenas de cardeais arcebispos e bispos de Portugal e Espanha, autoridades locais e representantes da sociedade civil.

 

D. Delfim Gomes, que o Papa nomeou como auxiliar de Braga, foi hoje ordenado bispo na Catedral de Bragança, numa Missa presidida por D. José Cordeiro, arcebispo primaz.

No final da Eucaristia, o novo bispo deixou uma saudação aos presentes, “amigos de sempre e para sempre”, agradecendo em particular a todos os que colaboraram na oferta das insígnias episcopais.

“Estimados amigos, aqui nasci e cresci, convosco pensava prosseguir este caminho, nesta nossa Diocese, era o expectável, mas os desígnios do Senhor são insondáveis”, declarou.

“O Senhor deu-me esta missão, esta cruz. Agora, espero que me ajude a levá-la com a colaboração e apoio de todos vós”, acrescentou.

Ele suscita, provoca e desinstala para refazer e criar. O que podemos nós fazer perante esta inquietação que toca e comove pela proximidade do Mistério? De braços abertos para agradecer e louvar, de coração cheio para O servir e testemunhar”.

D. Delfim Gomes falou do lema episcopal que escolheu, “É dando que se recebe”, inspirado numa oração de São Francisco de Assis.

“O verbo dar tem-me acompanhado ao longo da vida. Dei-me, continuarei a dar-me, porque ‘é dando que se recebe’”, declarou.

“O ramo de oliveira, plasmado em todas as insígnias, recordar-me-á de onde sou, a terra que me viu nascer, crescer, me nutriu e me mimou”, prosseguiu.

O responsável assumiu como objetivo do seu ministério episcopal o “anúncio da Palavra de Deus, como necessidade vital, na fidelidade à Igreja, como promessa e união, no convite à santidade, como programa de vida, e na missão de pastor em nome de Deus, como serviço vigilante e atento a todos”.

“Não tenhamos medo, sejamos transparência do Evangelho de Jesus, testemunhas credíveis e audíveis do seu amor. Não estamos sós”, apelou.

 

D. Delfim Gomes foi conduzido pelos presbíteros que o assistem, os padres Sobrinho Alves e Joaquim Leite, à presença de D. José Cordeiro, a quem manifestou, como prevê o ritual da ordenação, “o seu desejo e vontade de vir a exercer o seu ministério episcopal em sintonia com o pensamento de Cristo e da sua Igreja, em comunhão com o Colégio Episcopal e sob a autoridade do Sumo Pontífice, Sucessor de Pedro”.

No início da celebração, D. Ivo Scapolo, núncio apostólico, leu o mandato pontifício, no qual Francisco se dirige ao novo bispo, do clero da Diocese de Bragança-Miranda onde era pároco e vigário episcopal para o clero.

O Papa explica que a decisão de nomear um bispo auxiliar decorreu de um pedido do arcebispo de Braga, “devido à multiplicidade de trabalhos”.

“Aconselhamos-te a que exerças o teu ministério com coração ardente e com entusiasmo, em colaboração com o teu arcebispo metropolita, encomendando-te diariamente a ti mesmo e o teu zelo à suave intercessão da Virgem Santa Maria, a fim de que implore para ti a luz do Espírito Santo para a proclamação do Evangelho de Cristo, Redentor dos homens”, indica o texto.

D. Delfim Esteves Gomes nasceu a 1 de janeiro de 1962, em Bragança, Paróquia de Santa Maria, tendo sido ordenado sacerdote na mesma cidade, a 3 de setembro de 1989.

As suas insígnias episcopais (brasão, báculo, anel, cruz e mitra) assentam nas cores do Nordeste Transmontano.

Na Catedral de Bragança, com capacidade de 5 mil lugares, o coro e orquestra foram dirigidos pelo casal Patrícia e Chéu Libano, com a participação dos coros paroquiais da cidade de Bragança, do Coral Brigantino, de Torre de Moncorvo, de Vila Flor, da Filarmónica de Bragança, e dos organistas residentes da Catedral e do Santuário da Senhora da Assunção de Vilas Boas.

Os cânticos foram escritos especialmente para esta ordenação pelos padres Sobrinho Alves e Joaquim Leite, com arranjos orquestrais do padre José Joaquim Ribeiro, informa a Diocese de Bragança-Miranda.

O auxiliar é apresentado à Arquidiocese de Braga, esta segunda-feira, Festa de São Geraldo, pelas 17h30, na Sé.

 

Bispo deve ser «elemento visível e ativo da sinodalidade» – D. José Cordeiro

O arcebispo de Braga disse hoje que cada bispo deve ser um elemento “ativo” da sinodalidade na Igreja, falando na ordenação episcopal de D. Delfim Gomes, na Catedral de Bragança, diocese natal do novo auxiliar.

“O bispo, antes de ser um fazedor de ordens deve ser um fazedor de comunhão, o elemento visível e ativo da sinodalidade na Igreja. A escola do serviço episcopal é uma entrega total e nupcial com a Igreja esposa de Jesus Cristo, da qual Ele é cabeça, pastor, esposo e servo. Ora a missão não mudou, mas o diálogo com o presente pede que ela seja traduzida com criatividade e profecia”, refere D. José Cordeiro, na homilia da celebração.

O responsável pela província eclesiástica de Braga, que inclui a Diocese de Bragança-Miranda, destacou a importância de uma “conversão pessoal, pastoral e missionária”.

“A voz que grita ao coração impele-nos ao estilo de fazer e ser sinodalidade num caminho de escuta para a comunhão, participação e missão na vida eclesial. A proximidade na reciprocidade e na circularidade dinâmica entre os pastores e, entre os fiéis e os pastores, requer a inteireza e a liberdade”, acrescentou.

O bispo é, sobretudo, um servidor do Evangelho da Esperança, pela palavra, pelo testemunho de vida, pelos sacramentos, pelo governo pastoral, que conduzirá a todos à unidade da caridade”.

O arcebispo de Braga afirmou que o governo, na Igreja, deve ser “exercido como um serviço, ou melhor, servir sem se servir”.

“Quem preside não se senta num trono nem retira a centralidade do altar, sabendo que a ação nasce da contemplação”, observou D. José Cordeiro.

D. José Cordeiro dirigiu-se diretamente ao “caríssimo irmão D. Delfim”, para falar num “desafio imenso”.

“Na proximidade paterna, fraterna, pastoral e amiga, doa-te a todos quantos Deus confia ao teu cuidado: os Presbíteros, os Diáconos, as Pessoas consagradas, os seminaristas, os ministérios laicais, as famílias, os jovens e os mais velhos, os pobres, os doentes, os migrantes, os reclusos, os refugiados e quem mais precisa da compaixão, ternura e misericórdia”, recomendou.

 

As suas insígnias episcopais (brasão, báculo, anel, cruz e mitra) assentam nas cores do Nordeste Transmontano.

“Nas tuas insígnias episcopais sobressai o azeite, um precioso fruto das nossas terras transmontanas, lugar de encanto e encontro com a beleza da casa comum”, sublinhou D. José Cordeiro, antigo bispo de Bragança-Miranda.

Na felicidade agradecida pelo dom recebido num membro do presbitério de Bragança-Miranda para o episcopado e na espera ativa de um novo pastor para esta querida Diocese, continuemos juntos a peregrinar com coragem, paciência e confiança os caminhos do Advento do Reino dos Céus”.

D. Delfim Gomes foi conduzido pelos presbíteros que o assistem, os padres Sobrinho Alves e Joaquim Leite, à presença de D. José Cordeiro, a quem manifestou, como prevê o ritual da ordenação, “o seu desejo e vontade de vir a exercer o seu ministério episcopal em sintonia com o pensamento de Cristo e da sua Igreja, em comunhão com o Colégio Episcopal e sob a autoridade do Sumo Pontífice, Sucessor de Pedro”.

 

Na história da Diocese, fundada em 1545, D. Delfim Gomes é o primeiro bispo nascido e batizado na cidade brigantina, na Paróquia de Santa Maria. Foi também nesta cidade que foi ordenado sacerdote, no dia 3 de setembro de 1989. A escolha do Papa Francisco leva-o agora de Trás-os-Montes para o Minho.

A Diocese de Bragança-Miranda, atualmente em sede vacante, está estruturada em quatro arciprestados, 18 unidades pastorais, mais de 320 paróquias e mais de 600 comunidades. Conta com 74 padres, mas apenas com 56 no ativo, e 13 diáconos permanentes.

Agência ECCLESIA: OC, Fotos: AP

 

 


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