O Concurso Nacional de Bovinos de Raça Mirandesa, vai decorrer, até ao próximo domingo, no Parque Municipal de Exposições de Mogadouro, reunindo cerca de duas centenas de animais, considerados os melhores exemplares daquela raça autóctone apurados em todo o Solar, confinado aos concelhos de Miranda do Douro, Vimioso, Mogadouro, Bragança, Vinhais e Macedo de Cavaleiros.

Apesar de ser raça oriunda da região trasmontana, os bovinos mirandeses estão já espalhadas por várias explorações de norte a sul do país, estimando-se que haja cerca de 1700 vacas fora do Solar, actualmente com um efectivo que ultrapassa os 4000 animais. No entanto, há já produtores estrangeiros, como Kundy Pahiama, ministro de Defesa de Angola, que visitou a região e mostrou-se interessado em levar animais para o seu país e material genético para inseminação.

Não obstante esta expansão, o efectivo animal tem diminuido na região trasmontana, muito por culpa da estrutura fundiária da região. Num ano, perderam-se cerca de 350 vacas reprodutoras. \"No passado, uma exploração com uma dezena de animais era suficiente para sustentar uma família, atendendo ao padrão de qualidade de vida de então; agora, é preciso ter, no mínimo, 50 animais para haver rentabilidade, o que não acontece devido às pequenas parcelas de terreno para pasto e produção de forragens para alimentar as explorações pecuárias,\" explicou, ao JN, Fernando Sousa, secretário técnico da Associação de Criadores de Raça Bovina Mirandesa.

A carne de bovino mirandês é a base da \"posta à mirandesa\", iguaria da cozinha nordestina. Apesar da qualidade, por vezes é difícil abastecer o mercado, em expansão fora das fronteiras do Solar da raça. No entanto, o consumo de bovino mirandês está a baixar na área do Solar, principalmente no sector da restauração, dada a concorrência de carne espanhola mais barata.



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