A comissão política distrital de Bragança do CDS-PP aprovou, por unanimidade, «um veemente voto de protesto à direcção nacional», criticando a forma como a secretaria- geral organizou o processo eleitoral no distrito, foi hoje anunciado.

As eleições distritais do CDS-PP em Bragança realizaram-se a 8 de Outubro, com Domingos Doutel (lista única) a ser reeleito como presidente desta estrutura.

Neste voto de protesto, o CDS-PP de Bragança acusa a secretaria-geral de falta de confiança e desprezo pelos militantes locais, ao fazer-se representar nas onze mesas de voto «por jovens dirigentes concelhios e distritais da Juventude Popular local e por militantes de outros distritos».

«Tal atitude, inédita nos anais do partido, foi entendida como acto de desconfiança sobre pessoas sérias que servem desinteressadamente o partido, como acto de pressão de Lisboa sobre o distrito, e como ingerência de militantes de outros distritos na nossa actividade partidária», criticam, em comunicado a que a Lusa teve acesso.

«Se a direcção nacional, que tantas vezes usa o interior como bandeira, estivesse mais empenhada no fortalecimento das estruturas descentralizadas (...) e o senhor secretário-geral conhecesse o ditado para cá do Marão mandam os que cá estão não nos impunha militantes de outros distritos a dirigir as nossas eleições», acrescentam.

Para a comissão política de Bragança, a atitude da secretaria-geral «só pode ter a leitura de que a direcção não confia nos militantes do distrito de Bragança, vota-os ao desprezo».

«Não passaria pela cabeça dos tais jovens que fossem os seniores a supervisionarem as eleições da JP», justificam.

O CDS-PP de Bragança acusa ainda a direcção de «desrespeito e desconhecimento» pela especificidade do distrito, ao convocar as eleições distritais para um domingo, «para uns dia de missa e para outros dia de caça».

Considerando estes factos «gravosos» e «desrespeitadores do trabalho árduo, gratuito e generoso» dos militantes do partido, a comissão pública decidiu, com duas abstenções, que este voto de protesto fosse tornado público.



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