Alunos do 10º e 12º ano pensam que se consumirem drogas irão divertir-se mais, 72% refere que consome bebidas alcoólicas e 30% afirma não utilizar proteção no ato sexual, de forma contínua e assertiva.

 

A equipa de saúde escolar da Unidade Local de Saúde (ULS) do Nordeste efetuou um diagnóstico aos hábitos de vida que têm implicações na saúde dos alunos das escolas do distrito de Bragança e veio, agora, divulgar os resultados obtidos. 
Os jovens foram questionados sobre os seus conhecimentos e os seus comportamentos relativos a hábitos diários como, por exemplo, a higiene, a alimentação, o exercício físico, o número de horas de sono, bem como o consumo de álcool, tabaco e drogas, consoante a faixa etária abrangida por cada nível de ensino. No estudo, levado a cabo através da aplicação de inquéritos, foram abrangidos estudantes de diferentes níveis de ensino, nomeadamente, entre o 5º e o 12º ano de escolaridade.

Mas comecemos pelos mais pequenos e pelas principais conclusões obtidas através das respostas dos alunos que frequentam o 5.º ano de escolaridade, a maioria com idades entre os 10 e os 11 anos. A avaliação efetuada concluiu que esta faixa etária tem bons conhecimentos ao nível dos hábitos mais adequados de higiene oral, da importância de tomar o pequeno-almoço e de comer fruta e legumes, de praticar exercício físico e de dormir entre 8 a 9 horas diariamente.

Mas saber não é o mesmo que fazer e quanto aos hábitos corretos, a equipa de saúde escolar verificou que, apesar de a maioria lavar os dentes depois das refeições e ao deitar em casa, o mesmo não acontece na escola, tendo em conta que 97 por cento (%) dos alunos não faz a higiene oral na escola. No que toca à alimentação, 56% come legumes duas vezes por dia na sopa e em saladas, mas 10% admite que nunca come legumes. Quanto ao desporto, os alunos deste nível de ensino admitem ser prática comum, sendo que 88% dos estudantes afirma praticar exercício físico exterior à escola. Relativamente aos hábitos de sono, 82% dos estudantes percebe a importância deste hábito de vida saudável, tendo em conta que asseveram dormir entre 8 a 9 horas por noite.

Já no 7º ano, verificou-se, igualmente, um nível elevado de literacia sobre os temas abordados pela equipa de saúde escolar. Os estudantes estão bem informados em relação aos hábitos corretos de higiene oral e de higiene pessoal, à alimentação saudável, à importância do exercício físico para a saúde, aos hábitos de sono, bem como em relação aos malefícios do tabaco, do álcool e das drogas.

Quanto aos hábitos praticados, estes estudantes também não lavam os dentes em meio escolar, fazendo-o, apenas, em casa. Em termos de alimentação, a maioria toma o pequeno-almoço, elegendo o leite com cereais ou com pão como ingredientes principais desta refeição. Quanto ao consumo de fruta e legumes, a maioria ingere estes alimentos com regularidade, apesar de haver 6% que admite nunca comer fruta e 9% diz que nunca come legumes. O consumo de bebidas alcoólicas é admitido por 12% dos alunos, a maioria em festas. Fumar é um hábito de 4% dos inquiridos, dos quais 26% fazem-no diariamente. O consumo de substâncias psicoativas é admitido por apenas 1% dos estudantes neste nível de ensino. Por sua vez, a prática de exercício físico também é comum nesta faixa etária, com 85% dos alunos a fazer desporto além da disciplina de Educação Física.

Por último, mas não menos importante, na avaliação efetuada a alunos do 10º e do 12º ano, a equipa de saúde escolar da ULS Nordeste concluiu que, de um modo geral, os jovens estão bem informados sobre os temas abordados no questionário. Ainda assim, em relação aos hábitos nocivos, apesar de a maioria estar consciente dos malefícios do tabaco, 14% dos jovens considera esta substância calmante. O mesmo acontece em relação ao consumo de bebidas alcoólicas, com 16% a considerar esta prática fundamental para os jovens se divertirem. Em relação às drogas, as conclusões do estudo são preocupantes, pois, apesar de estarem conscientes dos perigos, os jovens pensam que se consumirem irão divertir-se mais. Quanto ao consumo deste tipo de substâncias, 72% dos estudantes refere que consome bebidas alcoólicas, 48% dos quais em festas e 30% nas saídas noturnas e durante o fim de semana.

Nestas faixas etárias foi também introduzido o tema da Educação Sexual, constatando-se que apesar de 87% dos inquiridos terem conhecimento que o método mais eficaz para prevenir as doenças sexualmente transmissíveis é o preservativo, ainda há 10% que considera que a pílula tem a mesma função. Relativamente aos hábitos nesta área,  verifica-se que apesar de a maioria se proteger nas relações sexuais, 30% dos jovens admite que não utiliza proteção para prevenir as doenças sexualmente transmissíveis, de forma contínua e assertiva.

E como um dos principais objetivos é corrigir comportamentos e ideias erradas, esta avaliação, levada a cabo no âmbito do Programa Nacional de Promoção da Saúde Escolar, irá permitir à equipa de Saúde Escolar da ULS Nordeste direcionar as ações de sensibilização e de promoção da saúde para incentivar as crianças e jovens do distrito de Bragança a adotarem hábitos mais saudáveis, capacitando-os para se tornarem responsáveis pela sua saúde e bem-estar.

 

 


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