Uma sala de espera vazia, poucos utentes e pouco tempo de espera no atendimento era o cenário que se encontrava ontem no primeiro dia da abertura oficial do megaconsulado de Paris.

Criado para dar resposta aos utentes dos consulados em França que encerraram no âmbito da reestruturação consular (Nogent-sur-Marne, Orléans, Tours e Versailhes), o mega-consulado começou a funcionar em horário contínuo das 8 horas às 20 horas.

Entre os utentes, as principais queixas sobre nova estrutura prendem-se com as dezenas de quilómetros que têm de fazer até ao centro de Paris - uma cidade que para muitos é complicada e, até mesmo, desconhecida - para resolverem problemas que, frequentemente, não encontram resposta no próprio dia.

João da Cruz Monteiro costumava tratar dos seus documentos no consulado de Versailhes, mas teve de tratar da sua carta de condução em Paris. Para o emigrante, esta deslocação obrigou-o a fazer uma \"viagem de duas horas, além da meia-hora de espera\".

Por seu lado, Maria Albertina Alves da Silva, porteira no 17.º bairro, que pretendia tratar dos documentos para a sua reforma, teceu, em declarações à agência Lusa, elogios ao funcionamento daquele posto. \"Somos muito bem recebidos. O serviço não demorou muito e o senhor que me atendeu foi muito simpático. Estou muito satisfeita\", disse Maria Albertina Alves, que sempre utilizou os serviços do Consulado de Paris.

A \"prova de fogo\" da capacidade de resposta do mega-consulado vai ocorrer durante as férias escolares (as próximas iniciam-se a 21 de Abril), altura em que se registam os períodos de maior afluência de utentes no posto de Paris.

O novo megaconsulado acolheu os funcionários e os serviços dos consulados de Nogent-sur-Marne, Orléans, Tours e Versailhes, que encerraram no primeiro trimestre de 2008 no âmbito da reestruturação consular. O número de utentes que vai recorrer a Paris mais do que duplicou com essa alteração, passando dos cerca de 300 mil para mais de 650 mil.

França foi o palco de uma das maiores contestações de sempre organizadas por emigrantes, que várias vezes mobilizaram milhares de pessoas contra o encerramento dos quatro consulados.



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