A comunidade portuguesa radicada na Venezuela recebeu com «serenidade» a notícia da morte do Presidente Hugo Chávez, a quem está «agradecida» pelo conseguido em termos de relacionamento bilateral, disse hoje o embaixador de Portugal em Caracas.

\"A comunidade portuguesa não pode deixar de estar agradecida ao Presidente Chávez em particular por tudo o que foi conseguido no relacionamento bilateral entre Portugal e a Venezuela\", afirmou Mário Alberto Lino da Silva, em declarações à agência Lusa.

O diplomata frisou ainda que, \"como bom observador da realidade venezuelana\", a morte do Presidente Hugo Chávez \"era previsível que viesse a acontecer nos próximos tempos\".

\"Apesar da proximidade da situação, a minha primeira reação, é de choque porque, a perda de um ser humano é sempre algo que deve fazer refletir e ponderar sobre a realidade humana nesta terra\", disse.

O embaixador frisou ainda estar \"impressionado e chocado\" não só \"pela perda de um ser humano como também pela perda de um homem que esteve ligado para todos efeitos aos destino da Venezuela e que, independente das paixões e ódios que possa ter ter suscitado, contribuiu para o seu desenvolvimento\".

\"Nos últimos 14 anos ele deu uma volta muito grande à realidade especial da Venezuela em relação a anteriores períodos de presidências\", disse.

O diplomata manifestou ainda o seu \"maior pesar\" pela perda: \"Presto-lhe aqui uma homenagem na qualidade de ser humano e na qualidade de representante de Portugal na Venezuela\".

Por outro lado, sublinhou, \"de acordo com os elementos direta e indiretamente recebidos até agora, o sentimento geral da comunidade portuguesa é de grande serenidade\".

\"A comunidade portuguesa na generalidade também já estaria avisada para um possível desenlace desta natureza no tempos próximos, mas a reação é sempre a mesma, quando há uma perda física de um ser humano que nos acompanha e que nos acompanhou durante tanto tempo, independentemente das paixões que possa ter suscitado\", disse.

Mário Alberto Lino da Silva disse ainda que \"há um sentimento simultâneo de expetativa em relação ao que os próximos tempos trarão\" ao país, apontando-se que \"se vai abrir um novo período dentro do calendário democrático da Venezuela, que levará novamente a um confronto eleitoral nos próximos tempos\".

\"Queria salientar em particular duas grandes mensagens expressas, quer pelo oficialismo (governo) quer pela oposição: o apelo à paz, à concórdia, à serenidade, ao respeito pela família do Presidente Hugo Chávez, e à concórdia nacional, dentro das naturais divergências e diferenças entre forças políticas opositoras e acima de tudo que o próximo ato eleitoral que se perspetiva esteja rodeado, mais uma vez, de grande concórdia e de uma luta franca, ideal, entre forças opositoras mas que se devem confrontar essencialmente através das ideias\", concluiu.



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