Os presidentes dos municípios de Bragança e Mirandela, Hernâni Dias e Júlia Rodrigues, respetivamente, alertaram hoje para a “urgência” de repovoar os territórios fronteiriços e do interior e de todos terem a “mesma oportunidade” independentemente da sua geografia.

O repovoamento de Trás-os-Montes pode passar por políticas de integração de migrantes e imigrantes, a instalação de empresas, mais serviços públicos ou benefícios fiscais, sugeriram no XXV Congresso da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), a decorrer desde sábado em Aveiro.

Além disso, os autarcas alertaram para o facto de se falar em transição digital quando, em algumas aldeias e localidades, ainda nem sequer existe cobertura em matéria de comunicações.

“O país não se pode dar ao luxo de desperdiçar dois terços do seu território, porque quanto mais apetecível se tornar o interior mais oportunidades de futuro e de investimento terá”, disse o presidente da Câmara de Bragança, Hernâni Dias.

E, desta forma, acrescentou, mais oportunidades de crescimento se dá a quem mora no interior.

“Queremos um país como um todo, um país em que todos têm a mesma oportunidade independentemente da geografia onde vivem”, referiu.

Defendendo o processo de regionalização, o social-democrata afirmou que enquanto quem decide continuar a assumir que o que se passa em Lisboa é nacional, no Porto é regional e em Bragança já nem sequer interessa, então Portugal nunca sairá da atual situação de desigualdade.

Hernâni Dias considerou necessário que o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) seja discutido de forma séria com os municípios e numa lógica de reposição do “inadiável e urgente” equilíbrio territorial para combater as assimetrias.

Também a autarca de Mirandela, no distrito de Bragança, alertou que não se pode esquecer a “identidade de todo e qualquer” português, apesar de estar “mais perto ou longe do mar”.

Falando num território particularmente afetado pelo decréscimo da população e pelo envelhecimento da mesma, o que se reflete no investimento, Júlia Rodrigues apontou a capacitação técnica da agricultura como a possibilidade de funcionar como um motor de desenvolvimento regional e nacional.

Além desse aspeto, a socialista alertou para a importância de se investir na ferrovia na região porque, além de garantir maior mobilidade, impulsiona a competitividade, a atratividade e o turismo.



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