Os bombeiros de Bragança reforçaram a segurança contra a covid-19 com a instalação de cobertura antiviral para macas nas ambulâncias, numa altura em que o transporte de doentes disparou, anunciou hoje a corporação.

O novo equipamento é “uma espécie de incubadora em tamanho grande” que envolverá o doente que estiver a ser transportado em maca, tanto no socorro/urgência como no transporte não urgente, explicou à Lusa o segundo comandante, Carlos Martins.

Os bombeiros de Bragança já usavam uma cortina para doentes sentados e reforçam agora a segurança nas viagens com doentes em maca, principalmente no transporte de longo curso com maior tempo de exposição.

A chegada do novo equipamento coincide com o reforço também da frota da corporação, que adquiriu cinco novas ambulâncias, uma para socorro, outra para transporte múltiplo, uma terceira para cadeira de rodas e duas para doentes sentados.

As cinco viaturas foram adquiridas a expensas da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Bragança, realçou o comandante da corporação, José Fernandes.

Ainda esta semana, os voluntários de Bragança vão ser contemplados com mais uma viatura todo-o-terreno oferta da EDP, que vai preencher uma lacuna na ajuda à população, sobretudo aos lares de idosos e aldeias isoladas, nos dias em que a neve e o gelo dificultam a circulação.

Depois de um ano irregular devido à pandemia, o trabalho da corporação aumentou sobretudo nos últimos dois meses, com o transporte de doentes urgentes e não urgentes a disparar de 17, em março, para 171, em novembro.

Para esta realidade contribuem o aumento do número de casos de infeção pelo novo coronavírus e também as regras impostas pela Direção Geral da Saúde, que reduziram o número de pessoas por viatura e obrigam a mais viagens para transportar doentes para consultas ou tratamentos.

Os bombeiros de Bragança servem a zona mais populosa do distrito e fazem diariamente, segundo o comando, “seis a sete mil quilómetros” a transportes doentes dentro e para fora da região, em 30 ambulâncias com 20 motoristas, numa média de 32 serviços por dia.

Para o aumento do transporte contribui também uma mudança que observam ao nível das altas, quer das urgências, quer dos internamentos hospitalares”.

“Mesmo nos casos de doença súbita, depois de assistidos na urgência, o hospital chamava os familiares para ir buscar o doente, agora são os bombeiros que o transportam de regresso, até porque alguns são positivos”, concretizou Carlos Martins.

O maior número de transportes reflete-se, segundo o comandante José Fernandes, num aumento da fatura, este ano, em “12%” relativamente ao ano anterior, correspondente a 100 mil euros.

Porém, afiançou que não cobre o aumento das despesas que, apenas no que diz respeito à covid-19, dispararam em 25 mil euros, relativos apenas a consumíveis, como o chamado equipamento de proteção individual (EPI).

Em cada serviço de emergência gastam, em média 40 euros em consumíveis e recebem “dois euros” de aumento do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), segundo exemplificaram.

“Neste momento estamos a pagar para fazer socorro”, enfatizou Carlos Martins.

E a pandemia também está a contribuir para viagens mais longo, na medida em que, desde outubro, os bombeiros de Bragança assistem a “um aumento exponencial no meio rural” do número de infetados, que atribuem às campanhas agrícolas da vindima, apanha das batatas, castanha ou azeitona.

Ainda assim, é na cidade, onde há maior movimento, sobretudo com a população académica, onde se concentra o maior número dos 359 casos ativos de infeção no concelho de Bragança, constantes no último relatório das autoridades de Saúde.



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