Bragança e Vila Real figuram em terceiro e quarto lugar, a contar do fim, respectivamente, no que toca às verbas do Programa de Investimentos e Despesas de Desenvolvimento da Administração Central (PIDDAC) para 2006. Uma situação que está a revoltar os responsáveis e políticos locais.

Vila Real passou de 106 milhões, em 2005, para 61 milhões, em 2006. Trata-se, segundo o deputado do PSD Ricardo Martins, do \"maior corte, logo a seguir ao distrito do Porto\". O distrito de Bragança tem direito apenas 59 milhões de euros.

\"Como é possível, por exemplo, que o investimento do Governo previsto para o concelho de Vila Pouca de Aguiar seja de apenas seis mil euros?\", interroga Ricardo Martins, eleito por Vila Real.

Outro projecto em causa é o do Museu do Douro (que envolve diversos municípios da região). Os 57 mil euros previstos são apenas para manutenção da exposição e do pessoal. Foi adquirida a futura sede e não há dinheiro para obras.

Em Sabrosa \"cai\" o tribunal e em Ribeira de Pena o quartel da GNR, que já tem terreno cedido pela autarquia.

Quanto à tão prometida A4 entre Amarante e Bragança, \"também não há verbas, nem sequer para as primeiras expropriações de terrenos\", refere Ricardo Martins.

Para o presidente da Câmara de Vila Real, Manuel Martins, \"o PIDDAC é vergonhoso. Vários contratos-programa já assinados desapareceram. 2,5 milhões de euros para saneamento básico, a rádio-ajuda para o aeródromo, os 50 mil euros para o centro de saúde n.º 3, que nem chegam para o projecto, e o comando distrital da PSP\" são apenas alguns exemplos citados.

\"Atirarmo-nos ao rio\"

O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Campos, diz que, \"assim, vale mais fazer um referendo que, estou em crer, já deve preferir pertencer à Galiza\", opinião partilhada pelo seu homólogo de Bragança. Mas Campos acrescenta \"Se não reagimos, só nos falta arranjar uma pedra velha e uma corda nova, como diz o povo, e atirarmo-nos ao rio\".

Adão Silva, deputado eleito por Bragança, lamenta que obras como a ampliação do Hospital de Bragança não constem do documento, tal como o Instituto Politécnico, apesar de estarem por concretizar projectos fundamentais como as instalações para as escolas superiores de Saúde e de Tecnologia e Gestão de Mirandela, e os serviços centrais.

Mota Andrade, eleito também por Bragança, explica que se trata de um orçamento de rigor e de contenção, que tem em conta as dificuldades que atravessa o país. No entanto, admite que \"esperavam mais\". O deputado acrescenta que \"há obras que esperamos venham a ser realizadas durante o próximo ano e que deverão ser concluídas durante a legislatura como o IC5, o IP2 e a A4\".

Pousada ao sabor dos governos

Prevista para Alijó, desde o tempo de António Guterres, a pousada da juventude passou a ter verbas inscritas, em 2005, já com Durão Barroso, mas para Boticas. Segundo Artur Cascarejo, presidente da Câmara de Alijó (PS), \"há garantia, por parte do secretário de Estado Laurentino Dias, que a pousada tem verbas para 2006 no orçamento da Movijovem\". Já Fernando Campos, autarca PSD de Boticas, lembra que \"a pousada já tem concurso concluído, estando tudo pronto para adjudicação, num investimento que ronda os 850 mil euros\".



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