Foi assinado esta terça-feira, 23 de julho, em Bragança, o acordo de colaboração para a elaboração dos estudos de viabilidade da futura Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes, um projeto estruturante para a coesão territorial e desenvolvimento socioeconómico da região.
A cerimónia decorreu no Teatro Municipal de Bragança e contou com a presença do Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, e dos representantes das entidades promotoras: Presidente da CCDR NORTE, António Cunha; Presidente da Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes (CIM-TTM), Pedro Lima; Presidente e Vice-Presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), Miguel Cruz e Carlos Fernandes, respetivamente, além dos parceiros institucionais e estratégicos, nacionais e internacionais.
Para António Cunha, Presidente da CCDR NORTE, este ato representa “uma afirmação do compromisso conjunto de vários atores num projeto transformador — para Portugal, para o Norte e, em particular, para as Terras de Trás-os-Montes. A Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes representa uma nova centralidade para este território, um passo decisivo para a coesão territorial e para a mobilidade sustentável, e um sinal claro de que o interior tem um futuro promissor.” Na ocasião, sublinhou também a importância da inclusão deste projeto no Plano Ferroviário Nacional: “A inclusão da nova linha no Plano Ferroviário Nacional (PFN), aprovado pelo Governo em abril de 2025, representa um reconhecimento estratégico da importância desta ligação. O PFN define orientações de longo prazo para o investimento numa rede ferroviária moderna, sustentável e interligada, com capacidade para suportar novos serviços de mobilidade e transporte de mercadorias, assegurando a integração plena nas redes transeuropeias de transporte”.
O Ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, encerrou a sessão sublinhando a importância estratégica do acordo firmado: “Este acordo é essencial, só com uma avaliação rigorosa de trajetos e modelos de implementação poderemos concretizar uma infraestrutura há muito reivindicada por um território que, durante décadas, esteve afastado da ferrovia.” O Ministro destacou ainda a relevância da articulação entre os diferentes níveis de governação e gestão territorial: “Acreditamos na descentralização e na subsidiariedade como pilares de uma política pública de qualidade. Este é um exemplo claro de como os instrumentos de gestão intermédia, em articulação com o Estado, podem contribuir para um país mais coeso e territorialmente justo.”
A Linha de Alta Velocidade de Trás-os-Montes visa ligar o Porto a Madrid, passando por Vila Real e Bragança, com uma previsão de tempo de viagem de cerca de duas horas e 45 minutos.
A cerimónia contou ainda com um painel temático subordinado ao tema “Um projeto na rede nacional e europeia”, que reuniu intervenções de Luís Almeida, Presidente da Valdouro, Pedro Lima, Presidente da CIM Terras de Trás-os-Montes, Carlos Fernandes, Vice-Presidente da Infraestruturas de Portugal, e José Luis Sanz Merino, Consejero da Junta de Castilla y León, promovendo uma reflexão conjunta sobre a integração da futura linha de alta velocidade no contexto das redes transeuropeias de transporte e o seu impacto no desenvolvimento regional.