O ministro das Obras Públicas, António Mexia, anunciou sexta-feira à noite, em Bragança, um investimento de 800 milhões de euros para executar nos próximos seis anos estradas reclamadas há décadas no Nordeste Transmontano.

\"Estamos a falar de uma revolução naquilo que é a qualidade de vida das pessoas\", afirmou numa sessão sobre o Orçamento de Estado para 2005 para militantes do PSD e do CDS-PP.

O ministro das Obras Públicas, Transportes e Comunicações assegurou que itinerários considerados fundamentais para a região como o IC5 e o IP2 estão já calendarizados e vão ser executados nos próximos seis anos.

Para o mesmo período prometeu a construção da auto-estrada entre Vila Real e Bragança, que ainda será objecto de estudos prévios do traçado.

António Mexia disse que estes estudos definirão se serão aproveitados alguns troços dos actual IP4 para a transformação em auto- estrada ou outras soluções.

O titular da pasta das Obras Públicas e Transportes deixou claro que a futura auto-estrada terá portagens.

A nova rodovia irá desembocar na fronteira de Quintanilha, onde o IP4, que liga o Porto a Bragança e está em construção há mais de 20 anos, aguarda ainda por uma ponte internacional para ser dado como concluído.

Esta ponte está projectada sem perfil para integrar uma auto- estrada, mas poderá ser reajustada, segundo o ministro, que adiantou estar \"formado um grupo de trabalho para analisar a adaptação das infra-estruturas transfronteiriças aos projectos de um lado e de outro\".

Perante a promessa da concretização de obras reclamadas há mais de duas décadas pelos autarcas da região, o ministro admitiu que poderão existir algumas desconfianças.

\"Teria vergonha de não cumprir. Não tenho apetência para fazer promessas que não posso cumprir\", afirmou.

António Mexia garantiu que Bragança \"é o Distrito que vai ser mais beneficiado em termos de infra-estruturas\" e remeteu mais novidades para o Conselho de Ministros que terá lugar dia 11, em Bragança.

Questionado pelos jornalistas sobre o facto de o plano de investimentos da Administração Central, o PIDDAC 2005, não contemplar verbas para as estradas anunciadas, António Mexia disse que \"o maior investimento não está no PIDDAC\".

O ministro confessou à plateia ter engolido \"as alcaparras (azeitonas) do jantar quando soube que as ligações entre algumas localidades da região são feitas por Espanha\", nomeadamente as viagens entre Bragança e Miranda do Douro, devido à degradação da estrada nacional.

Melhorar as ligações regionais é também um dos propósitos do Governo, segundo o ministro das Obras Públicas, nomeadamente através da ligação das sedes de concelho à rede de itinerários complementares e principais.



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