Uma residente no Portelo, Bragança, recorreu, durante o fim-de-semana, aos serviços de urgência do Hospital daquela cidade, após ter sido sido atacada por uma víbora. Albertina Garcia foi assistida naquela unidade de saúde, onde esteve sob vigilância, até ter sido transferida para o Hospital de Santo António, no Porto.

A mulher andava no campo a apanhar carqueja, um arbusto típico do Parque Natural do Montesinho, quando sentiu uma picadela junto ao tornozelo \"Ainda pus uma faca, que trazia comigo, em cima do local mordido, para travar o veneno. Só depois reparei numa cobra que rastejava junto a mim\", conta.

Devido à reacção feroz da cobra - \"bufava mesmo ao meu lado\"-, acabou por deduzir que se tratava de uma cobra eventualmente venenosa. Pouco tempo depois, a perna inchou quase por completo. Por temer que o veneno se espalhasse, Albertina Garcia recorreu ao Hospital de Bragança, onde foi observada na Urgência. Uma fonte daquela unidade confirmou ao JN que a paciente esteve nos serviços, onde recebeu assistência e esteve sob vigilância. No entanto, \"as análises realizadas não detectaram nenhuma toxina e apenas de verificaram manifestações locais, sem sinais inflamatórios\", refere a mesma fonte.

O hospital contactou o Centro Nacional de Intoxicações, que não recomendou o uso do soro antiofídico, uma espécie de antídoto usado nestes casos. Por precaução, e após contactos com o Hospital de Santo António, a mulher foi enviada para o Porto, onde também não lhe terá sido aplicado o soro.

O director do Parque Natural de Montesinho, Jorge Dias, explicou que há locais identificados com a presença de víboras, mas que os casos de ataques são \"muito raros\". Nos cerca de três anos em que ele está à frente daquela área protegida, nunca houve qualquer informação nesse sentido. As víboras, explicou, só atacam se se sentirem ameaçadas. As mordeduras não são mortais.

Casos destes são raros

Os casos de mordeduras de víbora \"são muito raros, não chegando a meia dúzia por ano\", garante José Teixeira, especialista em repteis e anfíbios. Tais acidentes só acontecem quando se pisa a cobra ou há contacto directo co m o réptil. Nesta altura do ano, de acordo com o mesmo especialista, é comum os repteis saíram do período de hibernação, mostrando-se muito activos, já que se encontram em período de acasalamento. \" A mordedura da víbora causa sempre dor e um grande edema no membro afectado. Neste caso, não se devem fazer garrotes, já que a área afectada incha de tal ordem que pode levar à necrose dos tecidos. O chupar o veneno é igualmente não aconselhável, já que o acto pode provocar o envenenamento através da mucosa\", afiança. O tratamento deve fazer-se nas unidades de saúde, à base de anti-inflamatórios.



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