O presidente da Junta de Castela e Leão, Juan Vicente Herrera, defendeu ontem, no Porto, a importância de se desenvolver o eixo Douro-Duero, considerando-o uma «prioridade absoluta».

Fez a afirmação no final de uma reunião com Carlos Lage, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte, destinada a relançar a cooperação entre os dois espaços e à margem da qual decorreram encontros empresariais.

São vários os motivos de interesse dos castelhanos no eixo Douro-Duero. Um deles tem a ver com a oportunidade de virem a beneficiar da navegabilidade do rio, sobretudo enquanto via para o transporte de mercadorias pesadas, o que só será possível após a conclusão das obras de alargamento do canal junto aos rios Tua e Sabor, custeadas por Portugal, com apoios comunitários.

O turismo que o vale proporciona e o peso do sector vitivinícola também foram identificados por Vicente Herrera como motivos adicionais de interesse na região. A prová-lo ficou o compromisso de reeditar o festival \"Vinus Durii\", com a participação dos agentes do sector de ambas as regiões. Será no próximo ano, em Portugal.

Do ponto de vista do turismo, as duas regiões têm interesses cruzados e extravasam o Douro vinhateiro. Desde logo, porque o Norte ambiciona cativar boa parte dos seis milhões de turistas que actualmente visitam a região de Sanábria.

Para isso, ficou acertado o propósito de desenvolver também as acessibilidades, sobretudo focalizadas em Bragança, e daí para Sanábria e para Zamora.

Mas o interesse dos castelhanos no Norte estende-se ainda aos sectores agro-alimentar, madeira e mobiliário e automóvel, tendo a Junta de Castela afirmado que vai \"estimular\" as empresas a investir do lado de cá, em especial as que apostarem na inovação e nas tecnologias. O primeiro passo foi dado ontem, ao ter patrocinado a deslocação e estadia de empresários para encontros com congéneres nacionais. O próximo encontro será no primeiro semestre de 2006, no Parque Tecnológico de Boecillo, perto de Valladolid.

Além da aproximação empresarial, as duas regiões querem também conhecer-se melhor e dispor de uma base de dados territorial, tendo ficado decidido avançar com a criação de um Observatório para o efeito. Representa um investimento conjunto de 1,3 milhões de euros.

A ocasião foi ainda aproveitada para iniciar a articulação da estratégia dos dois espaços para aceder aos fundos comunitários no período 2007-2013, com destaque para a apresentação, em Bruxelas, de um plano regional para o Douro, que será \"singular\" e com \"alcance europeu\".

Neste momento, estão em curso projectos conjuntos no valor de 130 milhões de euros.

Para futuro, ficou também acordado realizar um plenário da Comunidade de Trabalho inter-regional já no início de 2006, durante o qual o Norte assumirá a presidência da estrutura.

Da comitiva castelhana fazia parte um grupo de 30 jornalistas e quatro cadeias de televisão.



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