A fabricante de componentes automóveis francesa entrou no «ranking» dos maiores exportadores portugueses no ano passado. As vendas da unidade de Bragança, da Faurecia, atingiram os 314.667 milhões de euros, em 2011.

«Praticamente a totalidade da produção destina-se à exportação», refere fonte oficial do grupo Faurecia. Esta fábrica produz sistemas de escape completos e emprega 355 colaboradores.

Paulo Rebelo é, actualmente, o director-geral da fábrica. Em Portugal, o grupo conta com sete fábricas. Em 2010, o grupo Faurecia - que tem como principal cliente nacional a VW Autoeuropa - teve um volume de vendas de 603 milhões de euros, em 2010.

Este valor representou um aumento de 37% face a 2009. No final de 2010, a Faurecia empregava três mil pessoas nas fábricas de Bragança, Nelas, Palmela, São João da Madeira (três).

Ausência de financiamento está a dificultar o crescimento das exportações portuguesas.

No ano passado, as empresas portuguesas venderam para os mercados externos mais de 42,3 mil milhões de euros, o que representou um crescimento de 15,1% em relação ao ano anterior e dos quais 31,3 mil milhões foram no espaço comunitário e os restantes com o resto do mundo, onde se destacam os países emergentes. Aliás, constata-se que os empresários portugueses estão à procura de outros mercados, nomeadamente naqueles em que se perspectiva um forte crescimento económico, como Brasil, Índia, China, México, África do Sul, com um volume de negócios que já ultrapassa em larga medida os mil milhões de euros. Pouco ainda, mas essencial para abrir as portas para muitas mais empresas. Ou seja, é inquestionável o impacto dinamizador do mercado extracomunitário que parece ser agora o suporte para a evolução registada das contas externas nacionais.

Os números dizem que o crescimento, registado no ano passado das exportações, contem um incremento de apenas 5,9% para as exportações destinadas à União Europeia e um aumento de 37,9% das exportações destinadas ao resto do mundo. Um esforço dos empresários que permitiu um \"forte contributo positivo para a variação do PIB\" em 2011 - isto é, a recessão teria sido ainda mais grave se não fosse pelo comportamento do comércio internacional. E não só. Pela primeira vez as exportações foram superiores às importações feitas pelos portugueses.

Mas se as empresas sabem o que querem, cabe agora ao Governo implementar políticas económicas que estejam em sintonia por forma facilitarem precisamente o processo de internacionalização. Ainda esta semana, António Saraiva, presidente da CIP, avisava quanto à urgência para que o \"Governo encontre mecanismos disponibilizando financiamento às empresas\". António Saraiva referiu que sem financiamento as empresas vão continuar a fechar e a provocar uma maior destruição de emprego, numa altura em que o desemprego conhece níveis históricos - a taxa de desemprego atingiu os 15%, segundo dados do Eurostat.

Mas o caderno de encargos das empresas, junto do ministério liderado por Álvaro Santos Pereira, não se fica por aqui. Os custos energéticos, seguros de crédito, questões alfandegárias e apoios à internacionalização são alguns dos temas que estão permanentemente em cima da mesa. Vejamos então por partes. Os empresários argumentaram contra o elevado custo da energia que lhes retira competitividade em relação aos seus congéneres, nomeadamente europeus. Um aumento de 14% no custo de energia eléctrica de 2010 para 2011 e estimam um novo aumento de 11% no custo de energia para 2012.

Mas entre os pontos mais discutidos está a dificuldade das empresas em conseguir custos mais equilibrados no acesso ao crédito. Uma questão transversal ao tecido empresarial, mas que está a afectar, sobretudo, empresas cujo ciclo produtivo é temporalmente alargado. Acresce, segundo os empresários, que a banca está a praticar preços e a impor comissões sobre os serviços bancários a valores elevados. E estão neste momento a diminuir «plafonds» em linhas de financiamento que são absolutamente vitais para o normal desenvolvimento da actividade das empresas.

Por fim, consideram essencial lançar linhas de crédito bonificado para medidas concretas de internacionalização que permitir às empresas, principalmente na conjuntura actual, aumentar a sua capacidade de internacionalização, assim como facilitar a criação de redes de distribuição, aspecto indispensável para a sua sobrevivência a médio prazo.



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