Oficialmente, o processo de vacinação das crianças dos seis aos 24 meses contra a gripe A começou ontem, acompanhada pelo conselho da subdirectora-geral da Saúde para que todos os pais o cumpram.

\\"As crianças contraem muitas doenças e vão parar ao hospital, que é um local onde se pode contrair outras doenças, além de, comparadas com outros grupos, terem um risco acrescido de internamento\\", afirmou Graça Freitas à Lusa.

No entanto, por razões que oscilam entre o medo da vacina e a lista de adultos já inscritos em espera, o dia foi menos preenchido do que seria de supor. No agrupamento de Gaia/Espinho, apenas duas crianças conseguiram ser vacinadas. \\"Só fomos informados na sexta de que hoje [ontem] começaria a vacinação para as crianças. Conseguimos vacinar duas porque tivemos a desistência de dois adultos. A partir de amanhã (hoje), já será possível administrar a vacina em mais crianças\\", afirmou ao JN uma enfermeira da unidade.

Nos centros de saúde de Bragança, o programa de vacinas também só arranca hoje. O dia ficou agendado depois de os pais terem contactado os serviços de saúde. Muitos deles começaram a telefonar logo de manhã para saber o que deveriam fazer para vacinar os filhos, nomeadamente em centros de saúde fora de Bragança, adiantou Vítor Lourenço, delegado de saúde do distrito, onde há 1500 crianças no grupo dos seis meses aos dois anos.

De acordo com Vítor Lourenço, está tudo a postos para iniciar a vacinação. \\"Se vierem todos ao mesmo tempo, não teremos doses suficientes. Mas já temos doses para começar\\", assegurou aquele responsável. Os centros de saúde também estão a realizar contactos com as famílias, não se limitando a esperar pelo contacto dos pais. Ontem foram vacinadas 10 pessoas do designado grupo B.

No Agrupamento de Centros de Saúde Barcelos/Esposende, mais de 110 utentes já receberam a vacina da gripe A. Ontem, na estreia da fase da cobertura às crianças dos 6 aos 24 meses, houve uma dezena de casos atendidos, estimou ao JN o coordenador Manuel Vilas Boas. Trinta doses referem-se à USF (Unidade de Saúde Familiar) de Santo António, que serve 18.500 pessoas no centro de Barcelos e, ao fim da tarde, ainda não tinha recebido crianças da nova fase, fruto de eventuais receios, muitas perguntas e algum pânico nas escolas, apesar da sensibilização.

Compareceu, contudo, Tomás, de quatro anos, com a mãe Marta Silva, que hesitou de início: \\"Não estava segura da vacina, mas se acontecesse algo com o meu filho ficava de consciência pesada; o pediatra disse que vai correr tudo bem\\". Grávida em fim de tempo, Rosa Lopes Miranda também ponderou. \\"Ligaram para vir, mas no fim-de-semana noticiaram a grávida que perdeu o filho e receei. Telefonei à médica, e agora estou calma\\", disse, ladeada do filho de cinco anos. \\"Quando chegar o tempo, os meus filhos serão também vacinados\\". O coordenador da USF, Rui Soares, fora inoculado minutos antes: \\"Acredito na vacina e dou o exemplo.\\"



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