Antes que o Inverno bata à porta, a Câmara Municipal de Bragança está a reforçar a rede de aquecimento nos jardins de infância e escolas do 1º Ciclo do concelho. As obras contemplam a substituição de janelas, colocação de tectos falsos e instalação da rede de aquecimento em estabelecimentos da cidade e do mundo rural.

Na cidade, o reforço do sistema de aquecimento vai chegar a seis das 10 escolas, ao passo que a beneficiação das caixilharias, tecto e isolamentos contempla cinco estabelecimentos. Ao todo a Câmara de Bragança vai gastar 104 mil euros nas obras.

De fora do reforço do aquecimento, no entanto, ficam as escolas das aldeias, dado que o gás natural ainda não é uma realidade em todo o concelho.

Na maioria destes estabelecimentos a alternativa são os aquecedores a gás, aparelhos considerados pouco recomendáveis para a saúde, devido à libertação de monóxido de carbono. Mas, na ausência de um sistema de aquecimento central, os docentes continuam a usar aparelhos a gás e a electricidade como forma de combater as temperaturas negativas que se fazem sentir no Inverno.

A situação é comum a todo o Nordeste Transmontano, onde um estudo efectuado pelo Sindicato dos Professores do Norte detectou a ausência de sistemas de aquecimento central na maioria das escolas.

Na cidade, pelo contrário, os trabalhos já estão a decorrer e até são alvo de críticas. Isto porque as obras de ligação das escolas e infantários à rede de gás natural estão a avançar em simultâneo com as actividades lectivas, e os pais temem pela segurança dos filhos e pelo normal funcionamento dos estabelecimentos. Em alternativa, os progenitores dizem que os trabalhos deveriam ter sido feitos durante as férias.

Jorge Nunes, presidente da Câmara de Bragança, diz entender as queixas, mas alega que as obras só se alargaram ao período lectivo \"porque o número de escolas é elevado e não foi possível terminar todos trabalhos durante as férias\".

Mais computadores e software educativo

Além do reforço do aquecimento, a autarquia vai colocar um computador, uma impressora e software educativo em 45 escolas do município, que vão complementar o material informático já existente em todos os estabelecimentos.

O investimento é visto, porém, com algumas reticências, pois o número de escolas com menos de 10 alunos é cada vez maior e o futuro da rede escolar de Bragança vai passar, mais cedo ou mais tarde, pela concentração em pólos de ensino.

Jorge Nunes prefere não pensar no reduzido número de alunos e afirma que \"o investimento no sentido do aproveitamento escolar nunca é um investimento perdido\".

Quanto ao agrupamento em pólos de ensino, o edil garante que o processo \"não passará pela concentração dos alunos nas escolas da cidade, porque isso obrigaria os alunos a passarem horas nos transportes\".

Sendo assim, a aposta da autarquia são \"as soluções mistas\", o que justifica, de certa forma, os investimentos a realizar nas escolas do mundo rural.

Mais pormenores só quando estiver concluída a Carta Educativa do Concelho de Bragança, um documento que ainda está em discussão. Além de definir a política educativa para o concelho, a Carta Educativa vai contribuir para racionalizar os investimentos no parque escolar. Por isso, o reforço do aquecimento nas escolas do mundo rural só será uma realidade quando o documento estiver concluído, sendo certo que alguns estabelecimentos vão encerrar por falta de alunos.



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