Passar para o conteúdo principal
Diário de Trás-os-Montes
Montes de Notícias
  • Início
  • Bragança
    • Alfândega da Fé
    • Bragança
    • Carrazeda de Ansiães
    • Freixo de Espada à Cinta
    • Macedo de Cavaleiros
    • Miranda do Douro
    • Mirandela
    • Mogadouro
    • Torre de Moncorvo
    • Vila Flor
    • Vimioso
    • Vinhais
  • Vila Real
    • Alijó
    • Boticas
    • Chaves
    • Mesão Frio
    • Mondim de Basto
    • Montalegre
    • Murça
    • Ribeira de Pena
    • Sabrosa
    • St.ª Marta Penaguião
    • Peso da Régua
    • Valpaços
    • Vila Pouca de Aguiar
    • Vila Real
  • Reportagens
  • Entrevistas
  • Fotogalerias
  • Vídeos
  • Opinião
  1. Início

Sem orgulho e sem preconceitos

Retrato de luis
Luis Ferreira

Sem orgulho e sem preconceitos

Desde sempre, ao longo da História, o poder suscitou as maiores veleidades e atrás delas, grandes atrocidades, arrastando muitos inocentes para um precipício infindável. São muitos os exemplos que a História lembra como aterradores, exemplos de quem, à sombra do poder, praticou atos terríveis e chocantes para toda a humanidade. O poder é deveras um instigador de abusos e corrupções variadas que envergonham qualquer ser humano mais sensível.
Associada ao poder e com grande influência vem a vingança, o ódio, o desprezo. A vingança daqueles que por ódio se vingam, numa atitude desprezível dos que, um dia, os fizeram sofrer por qualquer motivo, válido ou não, mas que eles não esqueceram e juraram retaliações.
Procurar na História exemplos contrários é difícil, mas felizmente alguns elevam-se no meio da multidão que assolou e usou o poder das mais variadas formas. Se o poder corrompe, nem todos foram corrompidos por ele, especialmente os que um dia tiveram o grato prazer de governar e a faculdade de usar o poder para se guindarem ao mais alto patamar.
O exemplo mais marcante e elucidativo vem da História recente: Nelson Mandela. Um homem que lutou contra a opressão, contra o racismo, contra a prepotência de uma maioria branca e que acabou condenado a prisão perpétua por defender a liberdade do seu povo. A África do Sul jamais seria a mesma.
Este homem que ao fim de vinte e sete anos foi libertado por um governo branco e que se tornou o Presidente da África do Sul, tinha todas as razões para se vingar dos que o fizeram sofre durante tanto tempo, por uma culpa que só existia na cabeça dos que o julgaram. Mas não. Ele lutou sempre por uma nação livre, onde brancos e negros pudessem coexistir em harmonia, com igualdade e em liberdade e sempre o disse para que todos acreditassem. Duvidaram todos.
Á frente do seu povo e da sua nação, foi Presidente por um único mandato. Não quis mais. Não exigiu nada e podia tê-lo feito. Ganharia todas as eleições que disputasse, mas não quis. Tinha marcado os pontos necessários quer na sua terra, quer no mundo inteiro. Sem preconceitos, assumiu o poder depois de ser eleito democraticamente e com a maior humildade possível, disse não a mais tempo de poder.
Hoje, no seu leito de morte, descansa ansiando o momento da despedida final perante muitos que o condenaram e muitos mais que o apoiaram. Todos se vergam perante a grandeza deste homem que pertence à História, não só por si, mas pelo que representa para a comunidade internacional.
Os homens medem-se pela sua verticalidade, pela postura, pela humildade com que manuseiam o poder e não pela arrogância com que o usam. Mas para tal é necessário ter sentimentos. Saber sentir o bater do coração, saber distinguir o bem do mal, ter a cultura do poder.
Se Nelson Mandela não tivesse tido esta postura política e cultural durante o tempo do seu governo, hoje não seria notícia nas televisões do mundo inteiro. Se ele se tivesse vingado dos que o acorrentaram durante vinte e sete anos, hoje depois de morto, muitos se regozijariam de finalmente se libertarem dele. Mas este homem não só não se esqueceu dos valores que defendeu antes de ser preso como também não se esqueceu do povo que jurou defender em nome da liberdade. Onde ficou a vingança e o ódio? O seu coração bateu certo e a sua alma era demasiado grande para se apequenar com coisas menores. A igualdade e a liberdade são bem maiores que todas as vinganças e ódios juntos.
Que governante dispensaria mais poder, mais governo, mais riqueza, mais controlo, mais fama? À frente de um dos maiores países do planeta, Mandela disse basta a esse poder. Humildemente, recebeu o Prémio Nobel e com toda a simplicidade, sentou-se no conforto da sua casa, onde ainda poderia usufruir de alguns anos de sossego, longe das coisas mesquinhas como a corrupção, a vingança e os ódios que esse poder fatal acarreta consigo.
A tempo, ele soube dizer não! Com tempo, ele ensinou os que se agarram ao poder como se deve agir quando se aconchegam nessa cadeira imensa. A História falará dele certamente como um estadista que, com dor e resignação mas sem orgulho e sem preconceitos, construiu um país livre onde brancos e negros poderão olhar o futuro de uma forma diferente.

Partilhar
Facebook Twitter

+ Crónicas


Quando melhor, cada vez pior
Publicada em: 31/08/2017 - 19:22
Ai, ai, ai Venezuela
Publicada em: 11/08/2017 - 14:55
Terra queimada
Publicada em: 25/07/2017 - 11:34
Fases da Lua, a política e o futebol
Publicada em: 23/06/2017 - 10:03
E o degelo aqui ao lado
Publicada em: 12/06/2017 - 10:40
Os milagres que Maio trouxe
Publicada em: 28/05/2017 - 21:44
Na corda bamba
Publicada em: 08/05/2017 - 15:01
Juventude irreverente
Publicada em: 23/04/2017 - 16:14
Uma punhalada nas costas
Publicada em: 06/04/2017 - 20:01
O diz que nunca disse
Publicada em: 16/03/2017 - 22:48
  • « primeira
  • ‹ anterior
  • …
  • 5
  • 6
  • 7
  • 8
  • 9
  • 10
  • 11
  • 12
  • 13
  • …
  • seguinte ›
  • última »

Opinião

Retrato de chrys
Chrys Chrystello
Timor 45 anos depois
25/02/2021
Retrato de Preto
Ana Preto
Das palavras que nos desqualificam
23/02/2021
Retrato de Guerra
Luis Guerra
Olhares e paisagens
23/02/2021
Retrato de luis
Luis Ferreira
Salas virtuais
21/02/2021

+ Vistas (últimos 15 dias)

ASAE encerra Continente de Vila Real
// Vila Real
Salvou uma raposa e ganhou companhia diária ao jantar em Oleiros
// Bragança
Alegada vacinação ilegal contra a Covid-19 em Valpaços
// Valpaços
Minas de ferro de Moncorvo exportam primeiras 50 mil toneladas para a China
// Torre de Moncorvo
Homem encontrado morto na rua em Bragança
// Bragança

Publicidade Google

CRONISTAS

Retrato de bj
Batista Jerónimo
Retrato de barroso
Barroso da Fonte
Retrato de magda
Magda Borges
Retrato de marta
Marta Liliana
Retrato de Duarte
Duarte Mairos
Retrato de Jorge Nunes
Jorge Nunes
Retrato de Paulo
Paulo Fidalgo
Retrato de fernando
Fernando Campos Gouveia
Retrato de Angela
Ângela Bruce
Retrato de ana
Ana Soares
Retrato de Nuno
Nuno Magalhães
Retrato de joaomartins
João Gabriel Martins
Para sugestões, informações ou recomendações: [email protected]

Formulário de pesquisa

Diário de Trás-os-Montes

© Diario de Trás-os-Montes (Desde 1999)

Proibida qualquer cópia não previamente autorizada.



  • Ficha Técnica
  • Estatuto Editorial
  • Contactos
  • Login


Bragança

  • Alfândega da Fé
  • Bragança
  • Carrazeda de Ansiães
  • Freixo de Espada à Cinta
  • Macedo de Cavaleiros
  • Miranda do Douro
  • Mirandela
  • Mogadouro
  • Torre de Moncorvo
  • Vila Flor
  • Vimioso
  • Vinhais

Vila Real

  • Alijó
  • Boticas
  • Chaves
  • Mesão Frio
  • Mondim de Basto
  • Montalegre
  • Murça
  • Peso da Régua
  • Ribeira de Pena
  • Sabrosa
  • St.ª Marta Penaguião
  • Valpaços
  • Vila Pouca de Aguiar
  • Vila Real

Secções

  • Douro
  • Trás-os-Montes
  • Livros
  • Mirandês
  • Emigração
  • Diversos
© Diário de Trás-os-Montes