São perto de 30 os ucranianos que trabalham em Macedo de Cavaleiros. A maioria deles trabalha na construção civil, mas há também os que trabalham em serralharias e com marmoristas. Na comunidade, apenas um fala (e de forma rudimentar) o Português. Os outros percebem apenas as palavras mais correntes e necessárias, por exemplo, para fazer as compras de géneros alimentares. Por isso, na reunião, foi notória a vontade expressa de aderirem ao projecto de aprender a nossa língua através do curso que lhes foi proposto pela Câmara Municipal através do Ensino Recorrente. Faltou apenas combinar os pormenores dos horários, tendo-se comprometido os ucranianos a acertar entre eles as horas que mais lhes convêm, de acordo com os respectivos trabalhos.

Escolhida está já a professora que os vai ensinar. Ela será Deolinda Ferreira, de Vale de Prados, docente com prática de três anos de ensino do Português a estrangeiros, em França.

Além do curso que em nome da autarquia se mostrou disponível para apoiar, Luís Vaz convidou os ucranianos a participar na vida cívica e cultural do município. E "para que a sua integração seja o mais suave possível", o autarca comprometeu-se a ajudá-los na resolução, não só dos seus problemas pessoais, mas também dos relacionados com o trabalho, nomeadamente na relação com os patrões, tendo em conta "o respeito mútuo que deve existir" entre estes e os empregados.

Recordando o facto de Portugal ter sido ao longo da sua história um país de emigrantes, primeiro na época dos descobrimentos, aportando em todos os continentes, através dos oceanos, e mais recentemente (há pouco mais de 30 anos), com milhões de portugueses, tal como eles, "a sentirem a necessidade de procurar trabalho noutros países", Luís Vaz considera ter "a obrigação moral de ajudar" os ucranianos a integrarem-se na sociedade do seu município.

Falando com alguns patrões, o Semanário TRANSMONTANO teve a percepção de que os ucranianos estão razoavelmente instalados. Relativamente ao aspecto da alimentação, nos primeiros dias recorreram aos restaurantes, só que, depois de feitas as contas, depressa concluíram que cada um teria de resolver, por si, esse problema, devido à premente necessidade de enviarem a maior parte do dinheiro que ganham para a família.



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