A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, anunciou hoje que os fundos de solidariedade europeia para a pandemia covid-19 irão dar resposta a aspirações antigas de ligações rodoviárias no distrito de Bragança excluídas de fundos nacionais e comunitários.

O Governo não incluiu no Plano Nacional de Investimentos para o novo quadro comunitário de apoio nenhuma das obras rodoviárias pedidas por esta região, mas segundo a ministra a solução financeira pode chegar com o plano que o Governo está a preparar para aplicação das verbas europeias para minimizar os impactos da pandemia.

“Neste momento estamos a desenhar o plano de recuperação e resiliência e é natural que haja uma grande expectativa nestes territórios, eu diria que uma parte muito importante das medidas vai afetar positivamente estes territórios”, afirmou durante uma visita a Vila Flor, no distrito de Bragança.

Ana Abrunhosa salientou que o ministério que tutela pretende canalizar as verbas para áreas em que normalmente não podem ser utilizados fundo comunitários, como a requalificação de zonas industriais antigas e ligações rodoviárias.

Em matéria de estradas, a ministra afirmou que pretende fazer aquilo que os autarcas muito pedem ao Governo, nomeadamente ligações a zonas industriais, destas a rodovias, ou acessos entre municípios.

“Em conjugação com o Ministério das Infraestruturas e Habitação, nós estamos de facto a trabalhar num conjunto de áreas e esperemos que sejam aceites no Plano de Recuperação e Resiliência”, vincou.

A ministra considera a rodovia “importante para coesão” e o anúncio de que estradas ambicionadas localmente podem ser contempladas deixou “satisfeito” o presidente da Câmara de Vila Flor, Fernando Barros.

O autarca defendeu que “só criando condições de mobilidade é que o interior pode efetivamente dar o salto e estas estradas tornam-se muito importantes”.

Fernando Barros enumerou algumas das mais emblemáticas da região como as estradas de Vimioso e Vinhais ou a ligação do IC5 (Itinerário Complementar nº 5) à fronteira com Espanha, em Miranda do Douro.

Estas estradas foram apresentadas pela Comunidade Intermunicipal Terras de Trás-os-Montes ao Governo para serem incluídas no plano nacional de investimentos, mas não foram contempladas.

O anúncio da ministra da Coesão foi feito à margem de uma visita a Vila Flor, onde viu obras em curso no valor de sete milhões de euros.

Os investimentos, alguns em fase de conclusão, destinam-se a reabilitar o edifício da Câmara Municipal, à nova escola básica, piscinas do parque de campismo e requalificação da praça central com a Casa de Artes Graça Morais.

As obras na câmara municipal deram início ao processo de mudança do Tribunal Judicial, que partilha atualmente as instalações do município e que irá mudar para a antiga escola primária, quando a tutela realizar as obras necessárias.



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