Um militar do Regimento de Infantaria de Chaves, o RI 19, foi hospitalizado ao início da tarde da passada terça-feira, depois de ter ingerido um gole de água à hora do almoço. Ao que tudo indica e a avaliar pelas queimaduras que o tenente Victor Vieira apresenta no esófago, o líquido ingerido pelo militar deveria conter compostos ácidos. A Polícia Judiciária do Exército já recolheu a garrafa da água em causa, de origem espanhola, mas comercializada por uma empresa portuguesa com a denominação "Salutus", e está agora a investigar o verdadeiro conteúdo da garrafa.

Ao que o Semanário TRANSMONTANO conseguiu apurar, Victor Vieira, natural de Espinho, mas a exercer funções no quartel de Chaves há quatro anos, foi o primeiro de um grupo de militares que estavam a almoçar na messe de oficiais do RI19 a servir-se da garrafa de água de litro e meio que se encontrava na mesa ainda por abrir. Depois de lhe retirar a rolha, serviu-se e bebeu um gole. Sentido de imediato um ardor na boca, Victor Vieira foi imediatamente à casa de banho, onde conseguiu ainda vomitar algum do líquido ingerido. Mas porque a boca e a garganta lhe continuavam queimar e começava a sentir-se mal, foi levado para o Hospital de Chaves, onde ficou internado e onde lhe foram diagnosticadas queimaduras na garganta e no esófago. Também lhe foi feito uma endoscopia, mas, segundo os resultados do exame, o estÎmago não apresentava lesões preocupantes. Mesmo assim, se as previsões do relações Públicas do Estado Maior do Exército, Palma Ferro, que se encarregou de prestar informações à comunicação social, se confirmaram, o tenente deveria ter sido transferido para o hospital militar do Porto ontem.

Segundo a mesma fonte, o lote de onde foi retirada aquela garrafa de água já foi isolado e também vai ser alvo de análise. Palma Ferro adiantou ainda que a empresa responsável pela distribuição daquela água, a mesma que abastece regularmente todos os quartéis militares na zona Norte do país, já foi contactada e já estará também a efectuar diligências para apurar o que poderá estar na origem do sucedido.

Ainda segundo Palma Ferro, a água ingerida pelo tenente Victor Vieira foi saboreada por dois dos seus colegas, que, depois da prova, confirmaram que se "encontrava imprópria para consumo".



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