O Museu da Região Flaviense celebrou hoje os seus 100 anos com a inauguração de uma exposição com 110 peças inéditas que contam a história de Chaves até à atualidade, com destaque para a época romana.

A 06 de outubro de 1922 foi publicado em Diário de Governo o decreto n.º 8410 que determinou a criação do primeiro Museu Regional de Chaves, no distrito de Vila Real.

“Criou em Chaves um museu que pretendia reunir todos os achados arqueológicos descobertos ou que viessem a ser descobertos no concelho e nos concelhos limítrofes, desde o Barroso à Padrela. Verdadeiramente a ambição de ter aqui o acervo de todo o Alto Tâmega”, afirmou à agência Lusa o presidente da Câmara de Chaves, Nuno Vaz.

O autarca explicou que a unidade museológica resultou da “vontade férrea” de “ilustres flavienses” que defendiam a criação de um espaço que “pudesse acolher, preservar e estudar todos os achados encontrados desde o período pré-romano, romano ou medieval”.

Nuno Vaz salientou que, para assinalar o centenário, foi inaugurada hoje a exposição “100 Anos de Museu numa cidade BiMilenar” que revela peças inéditas, que fazem parte do espólio deste equipamento cultural e que foram encontradas em escavações realizadas na cidade.

A mostra que estará patente no museu até abril de 2023 promove um percurso que integra períodos desde a pré-história até ao século XX, através de esculturas, peças arqueológicas (jarras, machados, mó e pilão, moedas) e multimédia.

“As peças estavam na reserva do museu. Agora entendeu-se dar-lhes visibilidade e permitir que elas possam ser vistas. Uma série de artefactos e vestígios muito importantes que vão permitir conhecer a nossa história, da mais longínqua à mais próxima, e que darão nota, de uma forma muito intensa, da relevância de Chaves”, sublinhou Nuno Vaz.

Das peças em exposição, o curador da mostra, o arqueólogo João Ribeiro, destacou o capitel coríntio romano (parte de cima de uma coluna praticamente inteira e em mármore), os dois esqueletos de soldados, um inglês e um francês, associados às guerras napoleónicas e que foram descobertos durante a renovação do jardim público de Chaves, e uma tampa de sepultura com uma cruz encontrada recentemente junto à igreja matriz.

“São peças que contam a evolução da cidade”, afirmou o arqueólogo, que destacou a época romana na história deste território.

As legiões romanas chegaram ao território há cerca de dois milénios, fixaram-se onde hoje é a cidade e distribuíram pequenas fortificações, edificaram a primeira muralha que envolveu o aglomerado populacional, construíram a ponte de Trajano, tiraram proveito das águas minerais, implantaram balneários termais, exploraram filões auríferos e outros recursos.

Este núcleo urbano adquiriu tanta importância, nessa época, que foi elevado à categoria de município, quando no ano 79 dominava Vespasiano, primeiro César da família Flavia. Será esta a origem de Aquae Flaviae, designação antiga da atual cidade de Chaves.

O programa do centenário inclui ainda uma tertúlia subordinado ao tema “Museu de ontem, de hoje e de amanhã” e as comemorações terminam com um concerto da fadista Gisela João.



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