A exploração das minas de ferro, situada na União de Freguesias de Felgar e Souto da Velha, concelho de Torre de Moncorvo, vai permitir a exportação, até ao final deste ano, cerca de 200 mil toneladas de agregado de ferro.

O Arquiteto Carlos Guerra, consultor da Aethel Mining, e Nuno Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, estiveram hoje, dia 27 de outubro, no Cabeço da Mua para ver os primeiros testes realizados à maquinaria já instalada no local.

“Assistimos a um ensaio de afinação das máquinas na sequência que vão ter de trabalhar, apesar de faltar uma das máquinas que só chega hoje ao fim do dia ou amanhã. Até ao fim desta semana e princípio da próxima fica tudo testado e alinhado, portanto a partir daí começa a produzir o minério de acordo com as encomendas que existem”, explicou Carlos Guerra.

Explicou ainda o processo que percorrerá o minério desde a recolha até ao transporte, “é britado ali em baixo, é aqui carregado nesta plataforma e daqui vai para um terreno onde se faz o stock e o posterior carregamento para ser escoado para o destino, no caso o Porto de Leixões ou outro porto qualquer.”

Para o Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo “o projeto mineiro que foi tantas vezes colocado em causa, devido ao que desde a década de 80 até agora aconteceu, e depois das concessões que foram dadas pelo estado às diversas empresas que tiveram interesse na reabertura das minas, às quais foram colocados diversos entraves, é um orgulho também para o Município de Torre de Moncorvo, que nunca deixou cair este projeto, muitas vezes lutando sozinho juntamente com os concessionários para que este projeto avançasse. É para nós importante termos a noção e queremos verdadeiramente que isso aconteça, sendo que até ao dia 31 de dezembro o complexo mineiro de Torre de Moncorvo irá exportar cerca de 200 mil toneladas.

“ Nuno Gonçalves explica que este é um projeto diferente e sustentável, “ num conceito inovador que vem também ao encontro daquilo que nós queremos é um projeto verde, onde temos toda uma reabilitação da zona onde vai ser extraído o minério, temos a preocupação ambiental e isso é irmos mais além. Não vai ser um projeto mineiro como estamos habituados a ver, mas vai ser um projeto com características próprias a pensar no futuro e a pensar verde, que aquilo que queremos para o Município de Torre de Moncorvo.”

 Aethel Mining, concessionária das minas de Moncorvo, iniciou os testes à maquinaria pesada que vai fazer a extração do agregado de ferro, prevendo o início da exportação da matéria-prima ainda este ano, indicou hoje fonte da empresa.

A empresa prevê a produção de duas mil toneladas de agregado de ferro por dia naquele depósito situado no concelho de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança.

O transporte da matéria-prima será efetuado de camião a partir de um ponto de concentração da matéria-prima até à estação do Pocinho (Vila Nova de Foz Coa, Guarda) e seguirá de comboio até ao porto de Leixões (Matosinhos, Porto). Contudo, portos de mar como os de Aveiro e Sines (Setúbal) também estão nas opções da empresa.

"O transporte de agregado de ferro será feito por comboio, duas vezes ao dia, com destino ao porto de Leixões e depois seguirá por via marítima para os países destinatários, pelo menos por um período inicial de cinco anos", indicava à Lusa, em junho, Ricardo Santos Silva, administrador da Aethel Mining.

A empresa "batizou" a matéria-prima extraída do sítio da Cascalheira da Mua, na União de Freguesias de Felgar e Souto da Velha, no concelho de Moncorvo, com o nome comercial de "muadense" e indica que este é um produto natural que não contamina o meio ambiente.

Foto: CMTM



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