O município de Moncorvo pretende afirmar-se como um destino mundial para os entusiastas da pesca desportiva e, ao mesmo tempo, gerar riqueza neste concelho, aproveitando o potencial dos Lagos do Sabor para atividades turísticas, empresariais e de lazer.

A albufeira resultante da construção da Barragem do Baixo Sabor, em torre de Moncorvo, no distrito Bragança, deu origem a um “lençol” de água com uma extensão de cerca de 70 quilómetros que se estende pelos concelhos vizinhos de Alfândega da Fé, Mogadouro e Macedo de Cavaleiros, onde os apreciadores das atividades náuticas, como a canoagem e ou a pesca, se sentem como um peixe na água.

Devido a estas condições favoráveis, o presidente da Câmara de Moncorvo, Nuno Gonçalves, quer tornar o concelho numa referência a nível mundial para um turismo, não massificado e que atraia visitantes durante a chamada “época baixa”. 

“Dadas as condições que o concelho tem para a pesca, estamos a promover um conjunto de provas internacionais e mundiais que trazem retorno económico ao concelho. A ação da autarquia é promover eventos que ao mesmo tempo potenciem a economia do concelho, por proventos que não eram possíveis de outra forma”, assegurou à Lusa, o autarca.

O campo de ensaio para tirar as devidas conclusões é feito através da prova do Campeonato do Mundo de Pesca em Caiaque, que junta participantes de vários países e que hoje termina no embarcadouro do Larinho, no concelho de Moncorvo.

“Esta prova internacional é o campo de ensaios para a organização do Campeonato do Mundo de Pesca Embarcada eM 2023, onde o município vai investir 150 mil euros, já com a criação de infraestruturas permanentes, e espera um retorno económico para o concelho superior uma milhão de euros durante três ou quatro semanas”, vincou Nuno Gonçalves.

A organização de eventos diferenciados é, na opinião do autarca social-democrata, uma forma de captar turismo não massificado, dirigido a um nicho de mercado específico e a um público proveniente de países como os Estados Unidos da América, em que algumas atividades ligadas à pesca desportiva são profissionais.

Quem percorre o imenso lençol de água da barragem do Baixo Sabor à procura do peixe certo ou do enquadramento fotográfico perfeito não poupa elogios a este território, como é caso de Mike Mcguire, que veio de Inglaterra e afirmou à Lusa que “se trata de local fantástico em termos de paisagem e para a pesca um lugar único, devido ao imenso espelho de água”.

“É um local maravilhoso com um pôr do sol fantástico. Fiz muitas fotos e vídeos para levar para Inglaterra. Tem um belo enquadramento”, explicou este aficionado da pesca desportiva.

Já o italiano Piccioll Mirco disse que o rio Sabor é muito belo. "Estou a pensar seriamente em regressar a este lugar tão especial”, admitiu.

“É um local com muitas aptidões para receber os campeonatos mundiais de pesca desportiva por se tratar de uma albufeira é muita vasta, com um belíssimo ambiente e peixes quanto baste para receber a alta competição internacional”, frisou o pescador desportivo.

O presidente da Federação Portuguesa de Pesca (FPP), Carlos Batista, disse à Lusa que um dos principais objetivos deste tipo de iniciativas foi trazer a pesca desportiva ao interior do país, porque são territórios riquíssimos para esta atividade.

“Este tipo de atividade decorre numa altura em que não há movimentos turísticos e assim ficamos com a restauração e hotelaria disponíveis para todas as comitivas, e que trazem retorno económico, numa altura de baixa procura”, referiu.

De acordo com o dirigente, há mesmo várias autarquias a solicitar à FPP a realização deste tipo de evento nas suas regiões, devido a o retorno económico e mediático.

Francisco Pinto, da agência Lusa, Foto: TMC



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